Paciente chega ao Hospital 28 de Agosto, em Manaus, 14 de janeiro. A capital do Amazonas enfrenta falta de oxigênio hospitalar e leitos em meio ao aumento de casos e mortes por Covid-19
O Brasil é o terceiro país do mundo mais afetado pela Covid-19 quando são levados em conta os números de casos.| Foto: Michael DANTAS / AFP

O governo do Amazonas orientou uma prefeitura a abrir valas para enterrar seus mortos por não ter previsão de chegada de cilindros de oxigênio em nenhuma cidade do interior. A orientação é citada pelo Ministério Público Estadual, que entrou com uma ação civil pública neste sábado (16) para obrigar o estado a enviar oxigênio para o município de Itacoatira, a 269 quilômetros de Manaus.

"Se o Estado não enviar o oxigênio ao hospital local de Itacoatiara-AM em quantidade suficiente, como já comprovado, teremos a morte de pelo menos 77 pessoas simultaneamente por insuficiência respiratória, devido à falta do material", afirmou o juiz Rafael Almeida Cró Brito. O prazo é de 12 horas e a multa é de R$ 20 mil por hora de descumprimento.

Segundo o MP, o secretário de Interior da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (Susam), Cássio Espírito Santo, chegou a oferecer câmeras frigoríficas ao prefeito da cidade, Mario Jorge Abrahim, orientando a abrir valas no cemitério local, uma vez que não há previsão para o fornecimento de oxigênio para o município. Dos 63 municípios do interior apenas 11 têm hospitais, os outros só contam com postos de saúde. Nenhum dos hospitais do interior tem leito de Unidade de Terapita Intensiva (UTI).

Após o adiamento da viagem até a Índia para buscar as vacinas de Oxford, o avião da Azul, que estava em Recife (PE), viajou para Campinas (SP) para ser carregado com cilindros de oxigênio que serão transportados para Manaus neste sábado (16). O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, afirmou que caminhões carregados com oxigênio devem chegar a Manaus no domingo (17).