O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello
O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello| Foto: Reprodução

O Ministério da Saúde e o Palácio do Planalto confirmaram na noite deste sábado (23) que receberam, em setembro, uma oferta do laboratório Pfizer para a compra de vacinas contra o coronavírus. Mas alegaram que "cláusulas leoninas e abusivas" apresentadas pela empresa impediram a aquisição dos imunizantes.

A carta da Pfizer com a oferta ao governo do Brasil foi divulgada também neste sábado, em reportagem da CNN Brasil. A publicação relata que membros da empresa disseram ao governo brasileiro que poderiam oferecer 500 mil doses do imunizante e que não receberam respostas adequadas à proposta. A Pfizer foi o primeiro laboratório a concluir a produção de uma vacina, e seu imunizante começou a ser aplicado na população do Reino Unido no início de dezembro.

Na nota divulgada neste sábado, o governo alega que a Pfizer estabeleceu cláusulas como a exigência de que o Brasil "renuncie à soberania de seus ativos nos exterior em benefício da Pfizer" e a assinatura de um termo de compromisso que isentaria a empresa de problemas em decorrência do uso da vacina. O comunicado acusa ainda a Pfizer de buscar "marketing, branding e growth" com a negociação e diz que membros da empresa "tentam desconstruir um trabalho de imunização que já está acontecendo em todo o País. Criando situações constrangedoras para o Governo Brasileiro, que não aceitarão imposições de mercado - o que também não será aceito pelos brasileiros".