General Heleno frisou que espera que esse tipo de intervenção não ocorra jamais e que “torce” para que ela não precise ser empregada.
General Heleno frisou que espera que esse tipo de intervenção não ocorra jamais e que “torce” para que ela não precise ser empregada.| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) afirmou que a intervenção das Forças Armadas poderia acontecer, mas que não acredita que isso ocorra nesse momento. A declaração aconteceu na noite de segunda-feira (16), durante entrevista à rádio Jovem Pan.

De acordo com o general, a opinião pública tem se manifestado a respeito do tema e há uma “certa concordância” sobre o papel do judiciário, que, segundo ele, tem colocado as coisas numa tensão ainda maior. “Mas não acredito em intervenção no momento. Essa intervenção poderia acontecer num caso muito grave”, afirmou. Durante a entrevista, Heleno frisou que espera que esse tipo de intervenção não ocorra jamais e que “torce” para que ela não precise ser empregada. “Nós temos que torcer e buscar equilíbrio, buscar bom senso para não precisar utilizar o 142 (artigo da Constituição).

Em momento posterior, ao ser questionado se acha que o artigo 142 seja um poder moderador e se admite a hipótese de que ele poderá ser usado em alguma circunstância, Heleno afirmou que, se o artigo existe no texto constitucional, é sinal que ele pode usado, do contrário não estava na Constituição. “Poder moderador é para moderar uma situação de crise em que os poderes tem que retomar a sua posição no cenário nacional e serem devidamente limitados e respeitados”, afirmou.

Perguntado se uma eventual intervenção teria a adesão das tropas, o general afirmou que isso é difícil de caracterizar. “O que existe de concreto, que está escrito na Constituição Federal, é que o presidente é o comandante supremo das Forças Armadas. A partir daí nós vamos chegar a conclusões se elas (as tropas) cumprirão ou não essa determinação constitucional”.