O senador Alexandre Silveira (PSD-MG) não será o líder do governo no Senado. A pedido do presidente nacional de seu partido, Gilberto Kassab, que articula o lançamento de uma candidatura de terceira via, ele declinou a oferta do Palácio do Planalto, asseguram lideranças da legenda.
Além das afirmações nos bastidores do PSD, Silveira também deu sinais de que não aceitará o cargo quando alfinetou a política econômica do governo em seu discurso de posse, na quinta-feira (3). Ele era suplente do ex-senador Antonio Anastasia (PSD-MG), que tomou posse como ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
"Há mais de dois anos ouço falar da recuperação em 'V', na estabilidade do dólar e na sustentabilidade fiscal como fonte geradora de justiça social e onde está o resultado desse discurso? Não dá mais para esperar", declarou Silveira. "Não são ações ortodoxas e conservadoras na economia que resolverão os problemas do Brasil. Não se cura câncer com placebo", acrescentou o senador.
O veto do presidente do PSD foi determinante para que Silveira não aceitasse o cargo de líder do governo, assegura uma liderança do partido à Gazeta do Povo. "Realmente o Kassab não engoliu essa história, mas não pelo fato de ter algum pensamento contrário ao atual governo, mas, sim, pelo fato do timing operacional da ação. Não seria prudente um partido que tem uma linha de independência tomar uma posição dessa maneira, num momento como esse", diz.
"Se fosse um partido que tivesse uma linha muito próxima do presidente ou até mesmo o próprio partido do presidente, seria natural que saísse um nome daqui de dentro. Agora, da forma como é, um partido que às vezes vota e às vezes não vota, desmontaria toda a engenharia política que o presidente Kassab está fazendo [a aceitação do convite]", complementa a fonte.