tortura
Presidente do Superior Tribunal Militar, general Luiz Carlos Gomes Mattos| Foto: Divulgação/STM/Flickr

O presidente do Superior Tribunal Militar (STM), general Luiz Carlos Gomes Mattos, disse nesta terça-feira (19) que a Justiça Militar não tem “resposta a dar” sobre os áudios de ex-ministros do STM que confirmariam a prática de tortura durante a ditadura militar. Mattos chamou de “tendenciosa” a notícia e acusou a imprensa de querer “atingir as Forças Armadas”. Os áudios foram revelados pela jornalista Miriam Leitão, de O Globo, no último domingo (17). “Não estragou a Páscoa de ninguém", disse o general.

“A gente já sabe os motivos, do por que isso vem acontecendo nesses últimos dias, seguidamente, por várias direções, querendo atingir as Forças Armadas, o Exército, a Marinha, a Aeronáutica, nós que somos quem cuida da disciplina, da hierarquia. Não temos resposta nenhuma para dar, simplesmente ignoramos uma notícia tendenciosa daquela, que nós sabemos o motivo”, disse Mattos.

Áudios de sessões do STM entre 1975 e 1985 foram acessados pelo historiador Carlos Fico, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com autorização do Supremo Tribunal Federal. Nas gravações, os então ministros do STM reconhecem que presos políticos foram torturados pelos militares. O pesquisador repassou parte do material para Miriam Leitão, que foi presa e torturada pelo regime militar nos anos 1970. A Comissão de Direitos Humanos do Senado pediu acesso a áudios da Justiça Militar.