Ministro Pazzuello participa de ato ao lado de Bolsonaro no Rio de Janeiro, em 23 de maio.
Ministro Pazzuello participa de ato ao lado de Bolsonaro no Rio de Janeiro, em 23 de maio.| Foto: Alan Santos/PR

O ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, afirmou em entrevista ao jornal O Globo que o Exército tomou uma decisão “extremamente pensada” ao não punir o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazzuello, que discursou em uma manifestação favorável ao presidente Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro. De acordo com Ramos, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, comandante do Exército, teve uma interpretação “diferente da que todo mundo esperava”, mas levou em conta o histórico de Pazzuello, que é general da ativa.

Na entrevista publicada neste domingo (6), Ramos também minimizou a participação de Pazzuello no ato de 23 de maio no Rio de Janeiro, que foi batizado de “motociata”. Na visão do ministro, Pazzuello “estava ali como civil”. Ramos enfatizou ainda que “o presidente da República é o comandante supremo das Forças Armadas.”

A O Globo, o ministro afirmou que a CPI da Covid não incomoda o governo, mas se queixou de que está havendo "um uso demasiado político" das investigações para prejudicar o presidente. “Quem vai julgar isso, e já está julgando, é a própria população”, disse ele.

Ramos ainda afirmou que "faltou um debate nacional"' antes da decisão do Supremo Tribunal Federal que referendou as medidas restritivas adotadas pelos estados no combate à pandemia, em abril do ano passado. Na avaliação do ministro, houve uma imposição "goela abaixo". Mas, apesar de reconhecer que há atritos do governo com o STF, ele rejeitou a possibilidade de uma ruptura institucional.