O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso.| Foto: Antonio Augusto/Ascom/TSE.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou nesta sexta-feira (6) que alguns governos pelo mundo criaram a "mentirocracia" para disseminar inverdades e manipular as massas. Apesar de ser alvo constante de ataques do presidente Jair Bolsonaro nas últimas semanas, Barroso não citou o presidente. O ministro apontou que “a deterioração da democracia é produto da conjugação de três fenômenos: o populismo, o extremismo e o autoritarismo”.

"Quando esses três fenômenos se juntam, você passa a ter esse momento dramático que é o da desconstrução da democracia por líderes políticos eleitos. Em alguns países do mundo se criou também o que eu chamaria de mentirocracia, que é a difusão da inverdade e das narrativas falsas como um método de governo e uma estratégia de manipulação das massas", afirmou Barroso durante evento no Insper.

O ministro considera que a partir dessa "estratégia autoritária, em diferentes partes do mundo, criam-se milícias de fanáticos e ou de mercenários que vivem de disseminar o ódio, a desinformação e teorias conspiratórias, com o propósito de enfraquecer as instituições, de quebra da legalidade e de implantação de regimes autoritários".

O presidente do TSE também criticou o projeto do distritão, que tramita na Câmara dos Deputados. "Nós achamos que vai encarecer as eleições, vai enfraquecer os partidos e vai dizimar a representação das minorias políticas", pontuou. Ao falar sobre a governabilidade do Executivo, o ministro defendeu que o semipresidencialismo seja debatido.