O ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem.
O ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem.| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A Comissão de Segurança Pública do Senado aprovou nesta terça-feira (21) um convite para o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem (PL-RJ), explicar o suposto uso de sistema de monitoramento de localização pelo órgão. Após deixar o governo Bolsonaro, Ramagem foi eleito deputado federal.

A solicitação foi feita pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO), informou a Agência Senado. Para Kajuru, a repercussão na imprensa de que a Abin teria usado a ferramenta FirstMile, destinada a rastrear a localização de brasileiros por meio de dados de telefonia móvel, merece esclarecimento.

Na semana passada, o jornal O Globo revelou que as supostas irregularidades teriam ocorrido entre 2019 e 2021, quando a Abin era vinculada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), então comandado pelo general Augusto Heleno. Após a denúncia, a Polícia Federal abriu um inquérito para apurar o caso.

“O uso indiscriminado dessa ferramenta levantou questionamentos de membros da própria Abin, uma vez que pessoas teriam sido monitoradas sem registro e justificativa oficiais, ou seja, as pesquisas eram realizadas sem o devido controle”, disse o senador no requerimento.

Apenas os senadores Sergio Moro (União Brasil-PR) e Hamilton Mourão (Republicanos-RS) votaram contra o convite, sob o argumento de que informações sigilosas poderiam ser reveladas na reunião. A data do convite não foi confirmada. Ela será oficializada pelo presidente da CSP, senador Sérgio Petecão (PSD-AC).