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Para o cacique, Lula errou ao vetar apenas parcialmente o projeto do marco temporal e tem deixado a desejar em relação ao atendimento à saúde dos povos indígenas
Para o cacique, Lula errou ao vetar apenas parcialmente o projeto do marco temporal e tem deixado a desejar em relação ao atendimento à saúde dos povos indígenas| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Aos 91 anos, o cacique da etnia caiapó e liderança indígena ligado a ONGs, Raoni Metuktire, disse que o presidente Lula (PT) não cumpriu o que prometeu e que fará “campana” no gabinete do petista até ser atendido. Raoni foi um dos selecionados para subir a rampa e colocar a faixa presidencial em Lula durante a cerimônia da posse, no dia 1º de janeiro.

Para o cacique, o presidente errou ao vetar apenas parcialmente o projeto do marco temporal e tem deixado a desejar em relação ao atendimento à saúde dos povos indígenas.

“Combinamos de trabalharmos juntos. Isso não está acontecendo. Não falamos mais (passaram-se dez meses). Por isso que tenho vontade de chegar rápido em Brasília para a gente conversar sobre as questões indígenas para eu poder ajudar ele. Temos que trabalhar juntos para as coisas acontecerem”, disse o cacique ao jornal O Globo, nesta sexta-feira (27).

Raoni disse que, caso consiga ser atendido pelo presidente, pedirá que o governo acelere a desapropriação de terras consideradas indígenas.

“Desde a última vez que encontrei com ele, na cerimônia de posse, ele me prometeu que iria fazer ações em prol dos povos indígenas para que não existam mais essas ameaças e violência contra nós. E isso não está acontecendo”, relatou o cacique.

Apesar das queixas contra o petista, Raoni elogiou a atuação do Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) contra os garimpeiros.

“O trabalho do MPI e Funai está funcionando, disso não posso reclamar. Elas estão trabalhando com muita firmeza e muito compromisso. Em alguns cantos, poucos, garimpeiros estão sendo retirados. Eu fiquei sabendo que na terra dos munduruku devem sair logo”, afirmou.

Em outro trecho da entrevista, Raoni disse que o principal problema enfrentado pela sua comunidade é a falta de atendimento médico de qualidade.

“Enfermeiros e técnicos são de baixa qualidade e não têm nos dado a atenção, não trabalham direito. Médicos e doutores também não estão focando no trabalho com os pacientes que precisam de atendimento. Outro dia cometeram um grande erro durante um parto cesárea na cidade, que fizeram errado, onde acabou por morrer a mãe indígena. Isso não é bom para nós”, contou.

Raoni também reforçou a narrativa de que o governo Bolsonaro teria incentivado a violência contra os indígenas e culpou o “aquecimento global” pela seca na Amazônia.

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