A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que voltou às redes sociais após o Supremo Tribunal Federal (STF) restabelecer suas contas nas plataformas, diz que a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas urnas em 2022 “já está superada” e que o foco da oposição agora precisa ser “os feitos e desfeitos” do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
As citações são de uma entrevista concedida por ela à Folha de São Paulo publicada nesta quinta (23). Zambelli, que ficou conhecida por ser uma forte defensora do ex-presidente, vem adotando um discurso de trégua com a Justiça e vê com ressalvas falas do passado que ela reconhece que podem ter incentivado os atos de 8 de janeiro.
“Eu tinha o papel de defender Bolsonaro e o governo, qualquer um que os atacasse tinha que virar um alvo meu”, disse emendando que a oposição agora precisa ficar em alerta aos erros do presidente Lula. Ela cita, como exemplo, a compra de móveis para o Palácio da Alvorada sem licitação, que pode configurar crime de responsabilidade.
Segundo a deputada, o presidente Lula “tem errado bastante” e que o “Congresso vai perceber que ele não está fazendo que prometeu. A economia vai começar a dar errado, e ele vai ficar impopular”, disse.
Nesta nova legislatura, além de acompanhar a gestão do novo presidente, Carla Zambelli diz que sua legislatura pode trazer de volta discussões como a do voto impresso, mas descartou qualquer possibilidade de se falar sobre o impeachment de ministros do STF.
“Bolsonaro não ganhando, a gente tem que virar a chave. Qualquer impeachment no STF, o substituto vai ser indicado por Lula. Pode entrar uma pessoa que faça as maldades do Alexandre de Moraes parecerem uma criança chupando picolé”, disse.
A relação com o ministro começou a ser apaziguada em meados de janeiro, quando a deputada ligou e enviou um email se colocando à disposição para conversar. Moraes desbloqueou as contas dela nas redes sociais no começo de fevereiro, mas impôs uma multa de R$ 20 mil em caso de publicações contra a democracia.
Candidato da oposição em 2026
Ainda na entrevista publicada nesta quinta (23), Carla Zambelli diz que Bolsonaro pode ser o líder da oposição à Lula e se candidatar à eleição presidencial de 2026. Mas, não apenas ele.
“A gente tem que preparar uma nova alternativa. A direita tem que ter quatro, cinco alternativas. Tem que ter Bolsonaro, Michelle [Bolsonaro, ex-primeira dama], os filhos do Bolsonaro, Tarcísio [Freitas, Republicanos, atual governador de São Paulo] e outros”, disse.
No entanto, ela afirma que Bolsonaro deixou uma lacuna na oposição ao viajar aos Estados Unidos no final do ano. Apesar de considerar um ato “legítimo” para o ex-presidente “passar um tempo fora para pensar”, ela diz que ele “deveria estar aqui para liderar a oposição. A gente teria mais condições, capacidade e força”.
Zambelli também vê que o ex-presidente falhou ao não se posicionar claramente sobre as manifestações após as eleições de 2022. “Ele seria um remédio se tivesse dito que era para as pessoas saírem dos quartéis”, disse emendando que “depois do dia 8, estou sendo bem mais cuidadosa para não ter mais pessoas se enganando. A gente está em outro patamar, agora não é hora de bater no STF, não é hora de fazer manifestação”.
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