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A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que o Supremo Tribunal Federal (STF) “tem provas” contra o ex-presidente Fernando Collor, que foi preso na madrugada de sexta-feira (25), por determinação do ministro Alexandre de Moraes. A publicação da deputada é vista como uma resposta ao senador Sergio Moro (União-PR), que questionou a participação de Collor na BR Distribuidora e lembrou que o caso do ex-presidente se iniciou em Curitiba.
“A prisão suscita diversas questões: por que outros ladrões da Petrobrás estão soltos injustificadamente? Por que omite-se, nas notícias, que foi Lula quem entregou a BR Distribuidora ao Collor?”, disse Moro em entrevista à CNN na sexta-feira (25).
Segundo Gleisi, “contra Collor o STF tem provas, recibos de propina, milhões na conta, carros de luxo, além dos testemunhos convergentes”.
E acrescentou: “Lula havia sido preso ilegalmente por ordem de um ex-juiz parcial, que não encontrou 1 centavo de origem ilegal em suas contas e o condenou por ‘atos indeterminados’, numa armação política com os procuradores da Lava Jato que foi anulada no STF, confirmando sua inocência. Justiça se faz a partir da verdade, jamais com manipulações oportunistas como as que fazem a turma do réu Bolsonaro e seu parceiro Sergio Moro”, escreveu a ministra em publicação no X neste sábado (26).
Em resposta à ministra, Moro escreveu que Gleisi era chefe da Casa Civil entre 2011 a 2014, período em que Collor recebeu subornos na BR Distribuidora, e que ela poderia responder sobre quem permitiu que o ex-mandatário comandasse a empresa na época.
“Em verdade, o STF não declarou o Lula inocente, mas uma boa pergunta é quem entregou, nos Governos do PT, a BR Distribuidora ao Collor? A deputada @gleisi, pelo que me lembro, era chefe da Casa Civil entre 2011 a 2014 quando Collor mandava na BR Distribuidora e recebia subornos. Talvez possa responder”, afirmou Moro no X.
Além do senador, Deltan Dalagnol, ex-procurador na Lava Jato, criticou a ministra pela declaração, alegando que Collor está preso por não ter influência no Supremo.
"Mentira, Gleisi. A diferença entre Collor e Lula é que Collor não tem nenhum ministro indicado no Supremo e nem está em "lua de mel" com o STF", disse Deltan.
Moro afirma que ações contra Collor se iniciaram em Curitiba
A declaração de Gleisi também segue na esteira de outra publicação de Moro sobre o caso de Collor. Ainda neste sábado, ele rebateu a narrativa de que a investigação envolvendo Collor tenha sido diferente dos outros casos da operação que conduziu quando era magistrado.
A discussão emergiu devido ao tratamento dado a outros alvos da operação, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foram beneficiados pela mudança de entendimento do Supremo Tribunal Federal em relação à competência da 13° Vara Federal de Curitiba em julgar os processos.
Moro se manifestou em seu perfil no "X" em reação a uma publicação da jornalista Miriam Leitão, do jornal O Globo, sobre o caso do ex-presidente. Na publicação, a jornalista afirmou que o caso de Collor não teria iniciado em Curitiba.
Respondendo à Miriam, o senador disse que a afirmação da jornalista não procedia e citou decisão sua que teria originado a operação. Trata-se de busca no escritório do ex-doleiro Alberto Youssef, condenado por lavagem de dinheiro na operação Lava Jato.
“Comprovantes de depósito em dinheiro na conta de Collor foram encontrados no escritório de Alberto Youssef em busca por mim autorizada, sendo esta a origem da investigação. Não procede, portanto, sua afirmação de que o caso não tem relação com o trabalho de Curitiba”, afirmou o ex-juiz.




