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Divulgação dos dados sobre a Covid-19 no Brasil foi cobrada pela OMS
Divulgação dos dados sobre a Covid-19 no Brasil foi cobrada pela OMS| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Diretor executivo da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan afirmou, nesta segunda-feira (8), que a entidade acredita que o Brasil continuará a informar seus números diários sobre a pandemia da Covid-19. "Nosso entendimento é que o governo do Brasil continuará a reportar os importantes números diários, de uma maneira desagregada", disse ele durante entrevista coletiva, acrescentando que a OMS tem tido acesso a "dados extremamente detalhados" da Organização Pan-Americana (Opas) e do próprio país sobre os números brasileiros. "Esperamos realmente que isso continue."

Ryan lembrou que o Brasil é um país "muito grande, tem uma população muito diversa, parte dela muito vulnerável, particularmente em áreas urbanas, populações indígenas e outras".

Além disso, afirmou que a OMS "continuará a apoiar o Brasil, e o povo do Brasil" na luta contra a doença. "É, porém, ao mesmo tempo muito importante que as mensagens sobre transparência e compartilhamento de informação sejam consistentes e que possamos confiar nas informações dos nossos parceiros do Brasil", enfatizou, lembrando que isso é importante também para que a população possa "gerenciar seus riscos".

A autoridade pediu que "qualquer confusão que exista possa ser resolvida" em relação aos números e que os governos federal e estaduais possam continuar a se comunicar "de modo transparente com seus cidadãos a fim de acabar com essa pandemia o mais rápido possível".

Preocupação com avanço da Covid-19 nas Américas

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou nesta segunda-feira (8), que o quadro da pandemia da Covid-19 melhora na Europa, "mas globalmente piora". A organização demonstrou preocupação especial com o avanço da doença nas Américas.

Michael Ryan mostrou preocupação com o quadro das Américas Central e do Sul na pandemia de novo coronavírus. "Neste momento, a epidemia na América Central e do Sul é a mais complexa de todas as situações que enfrentamos globalmente", disse. Ryan recomendou que o mundo "trabalhe e vá ajudar os países da região" a lidar com o "grande impacto" do problema, citando que há "aceleração de casos na maioria dos países do México ao Chile".

Ryan pediu "forte liderança dos governos na América Latina para lidar com a pandemia e também "solidariedade" entre as nações. "Não é apenas um país, são muitos países enfrentando epidemias muito severas", afirmou. "O que vimos na Europa e na América do Norte nos sistemas de saúde...agora há pressão por leitos e nem todos os países (das Américas Central e do Sul) conseguem lidar com a doença, por diferentes razões", alertou ainda.

Líder da resposta da OMS à pandemia e também presente na coletiva, Maria Van Kerkhove disse que a situação nos países da região é de fato similar ao de muitos países várias semanas ou meses atrás. Diante disso, ela insistiu em uma abordagem abrangente, "com toda a população engajada" para proteger de uma infecção a si mesmo, sua família e outras pessoas.

Além disso, insistiu na necessidade de realizar testes, rastrear contatos dos doentes, que os doentes confirmados e suspeitos façam quarentena e que os mais graves recebam tratamento adequado. "Temos de nos lembrar que essas intervenções funcionam. Não apenas uma delas, mas seu conjunto", ressaltou.

Observação da cloroquina continua

A OMS ainda informou que continua a monitorar os números de seu estudo clínico Solidariedade e também outras investigações sobre o medicamento. Ryan afirmou que os números do estudo da OMS continuarão a ser avaliados, para se determinar se o uso da hidroxicloroquina continuará a ser testado ou não.

A OMS chegou a suspender durante alguns dias os estudos para avaliar dados sobre esse braço da investigação, mas depois retomou os testes com o medicamento.

Ryan disse ainda que a OMS avaliará os dados do ensaio clínico Recovery, do Reino Unido, que deve interromper os estudos com a hidroxicloroquina, como citado na semana passada pela própria OMS.

Ele lembrou, de qualquer modo, que sempre há diferenças entre os estudos. "É desapontador, quer dizer, é sempre desapontador quando um teste não é bem-sucedido, porque é uma oportunidade potencial perdida. Mas temos de continuar a avaliar as evidências, um estudo não é nunca suficiente em termos de sinais clínicos positivos ou negativos. Grupos de pacientes podem diferir, as situações, as indicações terapêuticas e os resultados podem diferir", comentou.

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