O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) integrou a comitiva da Comissão Parlamentar de Inquérito do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que visitou algumas invasões na Bahia nesta quinta (24) e sexta-feira (25).
A Bahia é o estado recorde de invasões do MST. Somente neste primeiro ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já foram registradas 15 invasões do movimento no território baiano.
À Gazeta do Povo, Salles relatou que ao fiscalizar alguns assentamentos do MST na Bahia, viu "crimes de todos os tipos" e "lideranças explorando a massa". "Um escândalo", diz. O deputado ainda denunciou o "acobertamento total pelo Governo da Bahia, que apoia e protege os líderes do MST em detrimento dos liderados".
Ele conta que sofreu intimidações por parte dos integrantes do MST, que tentaram impedir a visita da CPI. "Nos cercaram, tentaram encurralar a CPI, constrangeram e ameaçaram as testemunhas e moradores que queriam falar a verdade", explica.
Sobre as famílias assentadas, Salles conta que viu muita "miséria dos acampados e assentados, enquanto as lideranças e militantes do MST vivem em boas casas com bons carros". "A exploração dos líderes sobre a massa é evidente: trabalho análogo à escravidão, castigos físicos, trabalho forçado, espancamentos, furto, roubo, ameaças de todo tipo", declara.
Após a tomada de depoimentos dos assentados, o relator da CPI informou que pretende "indiciar várias lideranças que foram indicadas por mais de uma dezena de pessoas como responsáveis não apenas pelas invasões, mas também por ameaças, furto, roubo, espancamento, agressões e até homicídio".
"Não há dúvida de que se trata de uma organização criminosa, com regras próprias, padrão de procedimentos, tribunal disciplinar próprio, etc", concluiu o parlamentar.
Insegurança no meio rural
Em maio deste ano, a Gazeta do Povo mostrou a insegurança dos produtores rurais da Bahia com a falta de ações do governo do estado para coibir as invasões. Cerca de 10 mil proprietários de terra se uniram para monitorar áreas com intuito de se protegerem das ações do MST.
O Movimento Invasão Zero foi criado na Bahia, em abril, diante de uma escalada no número de invasões e da falta de reação do governo local. O último levantamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), publicado no início de abril, registrava 16 invasões em três meses.
As invasões foram em três fazendas da Suzano Papel e Celulose nos municípios de Teixeira de Freitas, Mucuri e Caravelas, um escritório da Companhia de Ferro Ligas da Bahia (Ferbasa), em Maracás, além de fazendas nos municípios de Macajuba, Jacobina, Guaratinga, Jaguaquara, Juazeiro, Rafael Jambeiro, Jeremoabo e Itaberaba. O número subiu para 19 no final de abril quando o MST confirmou a invasão de três fazendas na Bahia após desocupar uma área da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Pernambuco.
Especificamente na Bahia, nos últimos anos foram registrados diversos conflitos (como mostrado pela Gazeta do Povo) violentos em assentamentos comandados pelo movimento. Militantes são acusados de espancamentos em série e ameaças a produtores rurais que não prestam obediência às lideranças do MST.
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