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Jair Bolsonaro
Ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica teriam confirmado à PF detalhes da delação premiada de Mauro Cid.| Foto: Sebastião Moreira/EFE

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acesso aos depoimentos dos ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica em meio às investigações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado.

Os depoimentos dos ex-comandantes, general Freire Gomes e tenente-brigadeiro do ar Carlos Baptista Junior, segundo fontes da investigação, teriam confirmado a delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, aumentando a pressão sobre o ex-presidente.

No pedido enviado ao STF, a defesa de Bolsonaro ressalta o “significativo progresso nas investigações” e solicita a “atualização dos autos com os termos de declarações das últimas oitivas”, incluindo os dos ex-comandantes, para que “se possa obter cópias atualizadas do presente inquérito”, segundo petição confirmada à Gazeta do Povo pelo advogado Fabio Wajngarten.

“É indubitável que os termos de declarações de oitivas já realizadas constituem elementos já efetivamente documentados, tornando-se, assim, imperiosa a juntada dos aludidos termos a fim de garantir o acesso imediato a eles pela Defesa”, cita o documento.

Segundo as investigações, os ex-comandantes não aderiram à suposta proposta de um golpe de Estado. A Polícia Federal afirma que havia um grupo formado dentro do governo para manter o ex-presidente no poder, formado por ex-ministros, assessores, aliados e militares incluindo comandantes de tropas especiais.

O suposto esquema foi revelado no começo de fevereiro após a PF deflagrar a operação Tempus Veritatis, com o cumprimento de 37 mandados de prisão, busca e apreensão em nove estados e no Distrito Federal. Entre os aliados do ex-presidente que foram alvos estão os ex-ministros Walter Braga Netto (Casa Civil), Augusto Heleno (GSI), Anderson Torres (Justiça) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), o ex-ajudante de ordens Marcelo Câmara, os ex-assessores Filipe Martins e Tercio Arnaud Thomaz, entre outros.

Outros militares também foram alvos da operação, como o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha que se recusou a participar da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT); o general Estevan Teóphilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército; e o coronel reformado do Exército, Ailton Barros.

As investigações levaram Bolsonaro a convocar uma manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, no último dia 25 de fevereiro, para se defender das acusações, pedir a pacificação do país e uma anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023. O ato teve a participação de cerca de 750 mil pessoas.

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