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CPI da Covid: Grupo de trabalho se reúne para definir estratégia de defesa de Pazuello
A preparação do ex-ministro ocorre sob a coordenação da Casa Civil e conta com integrantes do Ministério da Saúde e da AGU| Foto: Erasmo Salomão/MS

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello já se reuniu ao menos duas vezes com advogados da equipe da Advocacia Geral da União (AGU). Eles estão coletando documentos sobre aquisição de respiradores e fabricação de hidroxicloroquina para subsidiá-lo na CPI, no próximo dia 19 de maio. Para o ex-juiz federal Luciano Godoy, não há, em princípio, "nenhuma ilegalidade". "Mas os advogados têm de defender a política pública do governo. Se isso leva à defesa do ex-ministro, está dentro da missão constitucional da AGU", disse Godoy, que é professor da FGV Direito São Paulo.

O depoimento de Pazuello é considerado crucial porque, ao deixar o cargo, ele ligou sua demissão a um complô de políticos interessados em verba pública. Para senadores, o ex-ministro supostamente saberia de escândalos que podem comprometer o governo.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, também tem a consultoria de advogados da União. Segundo a AGU, tanto Queiroga quanto Pazuello requisitaram auxílio do órgão, o que não ocorreu no caso dos ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, que prestaram depoimento à CPI. Os dois apontaram erros do governo na condução da pandemia de covid-19 e disseram que o presidente Jair Bolsonaro não lhes dava autonomia.

Os servidores convocados para dar assistência a Pazuello são os advogados da União Diogo Palau, procurador regional da União na 1.ª Região, e Jailor Capelossi, consultor jurídico no Ministério da Saúde. Palau acompanha os desdobramentos do inquérito aberto em janeiro pelo Supremo Tribunal Federal, no auge da crise em Manaus, quando dezenas de pessoas morreram asfixiadas em razão da falta de oxigênio em hospitais da capital amazonense. Após Pazuello perder o foro privilegiado, em março, quando deixou o ministério, o caso passou a tramitar na primeira instância da Justiça Federal.

Procurada pelo Estadão, a AGU afirmou que pode representar autoridades e ex-autoridades tanto judicial quanto extrajudicialmente. "Nos termos do artigo 22 da Lei 9.028/1995 (que trata das atribuições da Advocacia Geral da União), a AGU atua na representação de autoridades públicas em função de atos praticados no âmbito de suas atribuições. Por exemplo, até hoje a AGU representa o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-ministro Pedro Malan, dentre outras tantas autoridades", informou o órgão. Militares das Forças Armadas que respondem a inquérito policial ou processo na Justiça também podem ser defendidos por servidores da AGU.

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