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Inquérito do golpe

Defesa de Sebastião Coelho pede preservação de imagens no STF; OAB se manifesta

OAB
Fachada da sede do Conselho Federal da OAB, em Brasília. (Foto: Divulgação / OAB)

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A defesa do desembargador aposentado Sebastião Coelho enviou um requerimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando preservação das imagens da câmera de segurança do prédio que registraram sua condução e detenção nesta terça-feira (25). O advogado foi detido pela Polícia Judicial do STF após ser barrado de entrar na sala da Primeira Turma, onde estava ocorrendo o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e outros sete denunciados por tentativa de golpe de estado.

"Em caráter urgente requer que sejam preservadas e acauteladas as imagens do circuito interno de vigilância eletrônica do Supremo Tribunal Federal, especialmente os locais em que os advogados foram conduzidos e as câmeras nas quais os seguranças aparecem falando ao telefone com alguém. Ainda, postula a juntada dessas imagens nos autos dessa exceção", diz o documento assinado pelo advogado Filipe Garcia Martins Pereira.

A defesa de Coelho também solicita a identificação de todos os seguranças que interagiram com os advogados Sebastião Coelho da Silva e Edson da Silva Marques, que foram barrados na entrada da sala da Primeira Turma no STF. O documento também pede que os seguranças possam prestar depoimentos como testemunha.

Para a defesa de Sebastião Coelho, que é um dos advogados de Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL) – e um dos acusados de envolvimento na suposta tentativa de golpe –, o impedimento do ex-desembargador à sessão de julgamento da denúncia viola a prerrogativa dos advogados de estarem presentes.

Além disso, a defesa também contesta a condução dada a Coelho no momento da detenção. O advogado teria sido levado a uma sala isolada, onde os seguranças, por suposta ordem de Alexandre de Moraes, lhe deram voz de prisão e apreenderam seu celular. Posteriormente, após exigir a presença de um representante da OAB, Coelho foi liberado sem registro de ocorrência.

"A cena retrata uma gravíssima ofensa às prerrogativas funcionais dos Procuradores. Veja-se que sequer seria necessário “reservar” lugar no plenário, na medida em que o ato processual é de interesse direto de Filipe Martins, assim, seus Procuradores têm direito de se fazer presentes", declara a defesa de Coelho.

OAB se manifesta sobre pedido de Sebastião Coelho

Ainda nesta terça (25), Sebastião Coelho foi até a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pedindo uma manifestação da entidade sobre o caso. Em nota, a OAB Nacional declarou que acompanha a situação com preocupação e que vai tratar do caso junto ao STF.

"Todos os advogados com processos pautados tiveram garantido o pleno exercício da sustentação oral — uma prerrogativa basilar da advocacia e do devido processo legal. A OAB recebe a representação de colegas que relatam cerceamento de defesa, e tratará do tema junto ao Supremo", disse em nota.

Sebastião Coelho STFSebastião Coelho, desembargador aposentado, foi detido no STF (Foto: Reprodução/Redes sociais de Sebastião Coelho)

Sebastião Coelho foi detido por desacato no STF

Sebastião Coelho foi detido na manhã desta terça após se envolver em uma confusão no STF. O advogado e ex-desembargador teria discutido com seguranças da Suprema Corte após ser impedido de entrar na sala da Primeira Turma, onde ocorre o julgamento sobre a denúncia que acusa Bolsonaro e outros sete indiciados por tentativa de golpe de Estado.

De acordo com a Corte, Coelho teria sido barrado por não ter se credenciado antecipadamente para acompanhar a sessão, como foi requerido para os interessados em acompanhar o processo e que não estavam diretamente relacionados ao julgamento. O STF justificou que, ainda que o advogado represente uma parte envolvida na denúncia, Filipe Martins não compõe o núcleo da denúncia que é julgado nesta semana.

À Gazeta do Povo, a defesa do desembargador, contudo, contesta essa versão da Suprema Corte e afirma que Coelho não foi notificado sobre a necessidade de credenciamento prévio para acompanhar o julgamento. O advogado ainda teria entrado em contato com a secretaria da Primeira Turma na última segunda-feira (24) e foi informado que não era necessário se credenciar.

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