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Depoimento ao STF

Delegado da PF diz que suposta viagem de Filipe Martins aos EUA não motivou prisão

Fabio Shor diz que suposta viagem de Martins aos EUA não motivou prisão
Em depoimento ao STF, o delegado Fabio Shor afirmou que a suposta viagem de Filipe Martins aos EUA não motivou sua prisão preventiva. (Foto: Arthur Max/MRE)

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O delegado da Polícia Federal Fabio Shor, um dos responsáveis pela investigação da suposta tentativa de golpe de Estado, afirmou nesta segunda-feira (21) que a alegada ida de Filipe Martins aos Estados Unidos não motivou a prisão do ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência.

A PF apontou nas investigações que Martins teria tentado fugir para os EUA na comitiva Bolsonaro que deixou o Brasil em dezembro de 2022, apesar de sua defesa ter comprovado que ele não embarcou. Mesmo assim, ficou preso preventivamente por seis meses, entre fevereiro e agosto de 2024, por suposto “risco de fuga”.

Shor foi arrolado como testemunha pelas defesas de Martins e do coronel Marcelo Câmara. O ex-assessor foi incluído pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no chamado “núcleo 2” do processo. Segundo o delegado, Martins “ter ido ou não aos Estados Unidos não é relevante”, pois “são os atos praticados por ele para ludibriar a investigação, além de atos de supressão de provas para impedir a aplicação da lei penal”.

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Para o delegado, o réu teria forjado a viagem ao exterior para atrapalhar as investigações sobre a suposta trama golpista. O advogado Jeffrey Chiquini, que representa Martins, criticou o depoimento. “Shor disse que o motivo da prisão de Filipe Martins não foi sua viagem aos EUA. Não sei se rio ou se choro”, disse o defensor no X.

Ao longo do processo, a defesa apresentou uma série de provas sobre sua permanência no Brasil, apontando que o objetivo da prisão seria pressioná-lo a firmar um acordo de delação premiada, como o do tenente-coronel Mauro Cid, também preso em 2023.

Na semana passada, Cid confirmou que o ex-assessor não embarcou com ele para os Estados Unidos, em 30 de dezembro de 2022. O militar admitiu que incluiu Martins numa lista provisória de quem estaria no avião que levou a comitiva, com destino a Orlando, na Flórida.

Durante o depoimento, o delegado disse que Martins alegou que teria perdido um passaporte em 2020 e “coincidentemente esse mesmo passaporte foi utilizado para fazer registro de entrada nos Estados Unidos, na mesma cidade, na mesma data, no mesmo momento que a comitiva presidencial”, segundo apuração do jornal O Globo.

“O registro no sistema norte-americano indicava hospedagem no mesmo hotel em que estava o então presidente Jair Bolsonaro. Tudo leva a crer que essa entrada nos Estados Unidos foi forjada”, relatou ao STF.

Chiquini e o advogado Ricardo Scheiffer também pressionaram sobre o motivo que levou a PF a não usar informações das chamadas Estações Rádio-Base (ERBs) para apontar a localização do celular de Martins nos últimos três meses de 2022.

O delegado afirmou que a localização das ERBs mostrava o celular de Martins imóvel na residência do ex-assessor. No entanto, de acordo com Shor, a PF teria confirmado que ele se locomovia por Brasília por meio de dados de aplicativos de transporte. “Martins, bem como outros integrantes da organização criminosa (da trama golpista), utilizou uma artimanha. A ERB dele ficou presa, enquanto ele se deslocava”, disse.

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