• Carregando...
O apresentador de TV Luciano Huck.
Apresentador de TV Luciano Huck é cotado para se candidatar a presidente em 2022| Foto: Sandra Blaser/World Economic Forum

A Gazeta do Povo lançou o e-book Dossiê 2022, para que os nossos leitores tenham à mão todas as informações necessárias para acompanhar o xadrez político das próximas eleições presidenciais. A partir de perguntas formuladas por jornalistas, especialistas das mais diversas áreas dizem quais são fatores que vão influenciar o voto do brasileiro e como eles acreditam que serão as eleições. Este conteúdo é uma parte do e-book, que você pode baixar gratuitamente, na íntegra, ao fim do texto.

Qual a possibilidade de existir uma candidatura outsider que tenha relevância? Existe algum nome no seu radar?

GUSTAVO MAULTASCH, diplomata de carreira desde 2008, tendo atuado em uma série de projetos de modernização tecnológica e administrativa. É mestre em diplomacia pelo Instituto Rio Branco e doutorando em Administração Pública pela Universidade de Illinois-Chicago. Foi Network Fellow (2013-2014) do Centro de Ética da Universidade de Harvard. Em 2017, foi vencedor do Concurso de Artigos da V Conferência de Escola Austríaca, com o artigo "Liberalismo e bem-estar geral: um diálogo com a esquerda". 

A candidatura outsider é viável, mas depende de como ela se posiciona; o mero fato de ser de fora da política não é algo que me pareça, por si só, atraente ao eleitorado. Então uma candidatura de alguém como Luciano Huck, por exemplo, precisará definir-se politicamente em algum momento; e creio que, no posicionamento de uma centro-esquerda moderna, sem evasivas e concessões à esquerda identitária ou paleomarxista, haveria sim viabilidade. Do contrário, a candidatura corre o risco de ficar perdida em meio aos polos opostos da esquerda e da direita; como ocorreu, aliás, com algumas candidaturas nas eleições de 2018.

No momento é difícil falar sobre muitos nomes porque, para quem é outsider, não há necessidade de se expor demais agora; somente o abriria a críticas sem qualquer resultado político. É preciso acompanhar mais.

FLAVIO GORDON, doutor em Antropologia pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional (UFRJ) e autor do best-seller A Corrupção da Inteligência: intelectuais e poder no Brasil (Record, 2017). 

Acho essa possibilidade praticamente nula. Não creio que vá surgir um nome novo no atual cenário.

MÁRCIO COIMBRA, coordenador da pós-graduação em Relações Institucionais e Governamentais da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília, Cientista Político, mestre em Ação Política pela Universidad Rey Juan Carlos (2007). Ex-Diretor da Apex-Brasil. Diretor-Executivo do Interlegis no Senado Federal. 

O pleito de 2022 será muito diferente de 2018, marcado pela chegada dos outsiders ao poder. Nas eleições municipais de 2020 este caminho já começou a ser traçado, com a reconciliação do eleitorado com a política. Este rumo tende a ser repetido em 2022 pelo eleitorado. Especialmente depois de uma pandemia e de desequilíbrios na economia, a busca será por um nome capaz de entregar gestão e resultados. A tendência é o eleitor buscar este nome entre figuras conhecidas.

De qualquer forma, apesar de os sinais não serem de que o eleitor esteja em busca de um outsider, certamente nomes de fora do espectro político podem tentar êxito nas urnas – especialmente se estiverem ligados a gestão. O mais distante da política é Luciano Huck, mas um nome considerado outsider, porém, que já transitou em Brasília, é o de Sérgio Moro. Ele pode desequilibrar a corrida eleitoral. Ambos carregam capacidade de gestão na mente do eleitor.

PAULO KRAMER, cientista político com doutorado pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj). Professor aposentado de Ciência Política (UnB), assessor parlamentar e analista de risco político. 

No meu ‘radar’, por enquanto, só vejo um “pseudo” outsider de carnavais anteriores: o entertainer Luciano Huck, mas ficarei atento a outros aspirantes do mundo dos negócios e do espetáculo. Na minha opinião, Bolsonaro ainda ocupa espaço privilegiado no imaginário antissistema do eleitorado.

RODRIGO CONSTANTINO, presidente do Conselho do Instituto Liberal. É formado em Economia pela PUC-RJ, e tem MBA de Finanças pelo IBMEC. Trabalhou no setor financeiro de 1997 a 2013. É autor de vários livros, entre eles o bestseller "Esquerda Caviar". Foi colunista da revista Voto, dos jornais Valor Econômico, O Globo, Zero Hora, do site R7, e das revistas Veja e IstoÉ. É colunista da Gazeta do Povo, do ND, da revista Oeste e comentarista da Jovem Pan. É membro-fundador do Instituto Millenium. Foi o vencedor do Prêmio Libertas em 2009, no XXII Fórum da Liberdade. 

A única candidatura outsider que eu vejo neste momento seria a do Luciano Huck, mas é um outsider entre aspas, quer dizer é alguém que realmente nunca foi político, mas que está há algum tempo já lançando, preparando essa eventual candidatura ao lado de caciques partidários de esquerda. Então, ele tem aí o respaldo de um Armínio Fraga e o próprio Fernando Henrique Cardoso tem simpatia por ele. Ele seria o nome outsider que eu vejo como mais provável. Fora isso, é aquela história: alguém aí que tente se “cacifar” por fama em outra área, tipo (não tem nem idade para isso), mas vamos pensar em um Felipe Neto, uma Anitta, mas aí é uma piada de mau gosto. Se for alguma coisa dessa natureza, a chance de eleição é nula.

 NATALIE UNTERSTELL, mestre em Administração Pública, ativista pela causa ambiental. Trabalhou pela Presidência da República do Brasil na construção do Acordo de Paris entre 2016 e 2018. Foi uma das fundadoras do movimento Agora! e se candidatou a deputada federal pelo Paraná nas eleições de 2018. 

Eu acredito que haverá um rol de candidaturas presidenciais não-óbvias, fora do próprio metiê político, com relevância. Tem dois nomes no meu radar. Um deles é a Luiza Trajano. Acho que ela tem uma estrutura muito bem montada, ela é muito articulada politicamente, e, além disso, tem toda uma base social. Então tem uma combinação muito forte. E o próprio Luciano Huck, que vem trabalhando em uma candidatura e também na articulação. Gostem dele ou não, é uma figura que rodou o Brasil durante anos, semanalmente, nos rincões, e que entra na casa das pessoas quatro horas por semana via televisão. Acho que são dois nomes muito fortes e que eu acho que podem se viabilizar.

Baixe de graça o e-book Dossiê 2022

Cadastre-se no Dossiê 2022 e tenha acesso ao e-book exclusivo, além de eventos online e as notícias mais quentes do dia nas Newsletters de República e Economia.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]