O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, afirmou nesta sexta-feira (3) que o Brasil está retornando para a normalidade após “ser governador por gente do porão”. As declarações foram feitas em resposta as denúncias do senador Marcos do Val (Podemos-ES) sobre a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em um suposto plano de golpe.
Mendes conversou com jornalistas antes de participar de um evento promovido por empresários do Lide Brasil, realizado em Lisboa, Portugal. O evento conta ainda com a participação de outros ministros da Corte, como Ricardo Lewandowski, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, do ex-presidente da República Michel Temer (MDB), além de outras autoridades.
“A gente estava sendo governado por uma gente do porão. Isso é um dado da realidade. Pessoas da milícia do Rio de Janeiro com protagonismo na política nacional. Isso que resulta quando nós vemos a nominata desses personagens (do suposto golpe) e que mostra que a gente tem que ter preocupação, até da preservação da nossa integridade física. Nós estávamos lidando com gente do porão. Como descemos na escala das degradações. Como a política desceu”, disse Mendes.
Mendes disse que as declarações do senador demonstram que havia um plano em andamento contra a democracia. “Vamos aguardar esses desdobramentos (das investigações) para saber como isso se dá e qual é o grau de envolvimento (de Bolsonaro). Em suma, todos esses elementos mostram que havia algo em andamento e que não era para o bem da democracia”, declarou o ministro.
Já durante sua participação na conferência, o ministro do STF voltou a fazer críticas contra o governo anterior, sem citar nominalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Havia um grupo situado no topo de uma estrutura que exercia posição de poder diante de zumbis consumidores de desinformação. E esse é um grave problema para a democracia atual”, afirmou Mendes durante seu discurso no evento, ao se manifestar sobre os atos de vandalismo no dia 8 de janeiro em Brasília.
Segundo ele, as investigações em curso devem identificar quem ocupava “o topo dessa pirâmide” e são importantes para readquirimos uma boa qualidade democrática e para o país deixe de ser um “pária internacional”. “Objetivo expressamente vocalizado por certo expoente de uma certa doutrina”, declarou o ministro.
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