O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, admitiu que as exigências na área ambiental feitas por países da União Europeia são, na verdade, cláusulas de barreira comercial aos produtos do agronegócio brasileiro.
Teixeira disse que esteve em reunião com uma comissão do Parlamento Europeu, também nesta terça-feira (20), e debateu os acordos comerciais com países do bloco. “Em primeiro lugar, vamos prosseguir o debate [sobre as exportações do Brasil para a União Europeia]. Em segundo, vamos retirar certas exigências que às vezes se mascaram de exigências ambientais, mas está muito mais para cláusulas de natureza comercial”, disse o ministro.
As afirmações foram feitas pelo ministro durante a reunião da bancada da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), nesta terça-feira (20), da qual Teixeira participou para falar sobre o anúncio do Plano Safra da Agricultura Familiar. Ele, no entanto, não adiantou detalhes sobre o Plano que será lançado em 28 de junho. "O presidente Lula é quem fará o anúncio", disse Teixeira à imprensa quando questionado sobre os números do Plano Safra.
Após declarações críticas ao agro por parte de Lula e acenos do governo petista ao MST, a presença de Teixeira na reunião da FPA também foi uma tentativa de construir pontes com a bancada que representa o setor. Nesse contexto, o ministro disse que o “agro tem alto compromisso com o tema ambiental”.
Teixeira ainda fez questão de destacar que teria defendido o agronegócio brasileiro durante a reunião com membros do Parlamento Europeu que estiveram no Ministério do Desenvolvimento Agrário. "Não associem o agro a qualquer problema de natureza ambiental. Se tem algum problema de natureza ambiental no Brasil, é um segmento muito isolado e que vai diminuir com as ações da sociedade brasileira, do Estado brasileiro”, relatou Teixeira sobre a reunião que contou com representantes da Itália, da Áustria, da Finlândia, da Alemanha e da Holanda, além do embaixador da União Europeia, Ignacio Ybáñez.
Restrições impostas pela União Europeia
Durante a atual viagem internacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai se encontrar com o presidente da França, Emmanuel Macron, e deve cobrar uma solução para o impasse gerado com a aprovação de novas restrições ao acordo entre a União Europeia e o Mercosul pelo parlamento francês.
Em maio, o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, anunciou que o governo brasileiro e o Mercosul iriam reavaliar o acordo comercial com a União Europeia após o bloco europeu impor novas condições. “Esse documento é extremamente duro e difícil, criando uma série de barreiras e possibilidades, inclusive de retaliação, de sanções”, disse o ministro sobre as demandas da União Europeia.
O aditivo aprovado pelo parlamento francês ao acordo comercial cria duras exigências de sustentabilidade aos parceiros sul-americanos, como impedir que produtos supostamente oriundos de áreas florestais desmatadas sejam vendidos nos 27 países do bloco europeu, como commodities agrícolas e pecuárias.
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