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O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, discordou de uma nota do Ministério das Relações Exteriores em que o governo brasileiro "deplora" uma nova ofensiva israelense contra terroristas do Hamas nesta terça-feira (18). Zonshine optou por não subir o tom das críticas mesmo após o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmar que a ação foi uma "flagrante violação do Direito Internacional Humanitário".
"Atacamos o Hamas depois de algumas semanas de trégua, de cessar-fogo. Não houve avanço nas negociações de libertação de reféns. Ainda há 69 reféns nas mãos do Hamas e espero que o Hamas entenda que a melhor maneira de avançar é libertar os reféns e voltar para um cessar-fogo. O governo brasileiro tem a posição dele que nem sempre aceitamos. Não concordamos em todas as coisas", disse o embaixador na abertura de uma exposição no Senado Federal em memória do Holocausto.
Nesta terça-feira, após Israel bombardear alvos na Faixa de Gaza, o premiê israelense Banjamin Netanyahu anunciou que o combate contra o Hamas voltou com força total com o fim de um cessar-fogo iniciado em janeiro.
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava presente no mesmo evento no Senado. "Ouso dizer que a liberdade é mais importante que a própria vida. O exemplo de Israel está vivo em nossos corações. É o povo que só se explica a sua sobrevivência e a essência de seu Estado como um milagre de Deus. Como disse a [senadora] Damares [Alves]: Sempre estive do lado de Israel, sempre estive do lado do bem", disse Bolsonaro.
A senadora Damares Alves comparou o Holocausto aos ataques terroristas que ocorrem hoje contra Israel e lembrou que o governo de Bolsonaro sempre apoiou Israel.
"Sempre prefiro ouvir coisas a favor de Israel do que contra. Cada governo tem sua diplomacia. Claro que as coisas mudaram do governo anterior para este governo. A nossa embaixada tem que conviver com as decisões do governo brasileiro nesse sentido", disse Zonshine.
Israel vem tentando diminuir a tensão com o governo Lula desde que o brasileiro iniciou uma crise no ano passado ao comparar as ações de Israel com as dos nazistas na Segunda Guerra. O brasileiro foi declarado persona non grata e depois disso retirou o embaixador brasileiro de Israel.