Esquerda comemora julgamento de Bolsonaro e mobiliza ato contra anistia

Parlamentares da esquerda e governistas comemoraram a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro réu por suposto golpe de Estado.

A ministra-chefe das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, ressaltou que “a Justiça falou e tornou réus, por unanimidade da Turma do STF, os comandantes da tentativa de golpe contra a democracia no Brasil”.

“É muito significativo que esta decisão tenha sido tomada à luz dos fatos apresentados na denúncia da PGR, no curso do devido processo legal, com garantia ampla do direito de defesa aos acusados. Tudo transcorrido no estado democrático de direito que os réus tentaram abolir”, escreveu a ministra no X.

Em nota, divulgada nesta quarta-feira (26), o presidente nacional do PT, senador Humberto Costa (PE), afirmou ser um “dia histórico” e que “o Brasil começou hoje um processo de justiça e reparação”, por ter colocado no “banco dos réus Bolsonaro e outros sete de seus asseclas golpistas”.

Na nota, o petista chama Bolsonaro de “líder da organização criminosa armada” e enaltece o STF por acolher denúncia da PGR e abrir ação penal, além de declarar que “a cadeia está cada vez mais perto”.

“É um momento ímpar na nossa História, o de processar e julgar, dentro da Constituição, aqueles responsáveis por atentarem contra o Estado Democrático de Direito”, declarou o senador.

Para o líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), o julgamento de hoje foi “sobre a própria resistência da democracia brasileira, que não ocorreu na redemocratização e que, agora, ocorre antes tarde do que nunca”.

Pressão contra anistia

O deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) informou que o “STF decidiu que os golpistas responderão pela tentativa de atacar o país, assassinar o presidente da República e instaurar a ditadura bolsonarista”. Porém, o deputado reforçou que hoje foi apenas a admissão da denúncia e que “o processo até a condenação será longo”.

“Tivemos uma vitória hoje, mas isso não significa cruzar os braços. Ao contrário, é o momento de intensificar a pressão para evitar qualquer forma de anistia”, escreveu Boulos no X.

O psolista ainda reforçou o convite para uma “mobilização nacional pela prisão de Bolsonaro e a punição de todos os golpistas”, marcada para o dia 30 de março.

Já o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) evitou fazer “festa”, mas disse que está “com alma lavada pelo início da justiça sendo feita”. “Bolsonaro na cadeia! Sem anistia pra golpista”, escreveu na rede X.

Veja outras declarações de governistas sobre Bolsonaro:

• Deputada federal Jandira Feghali (PSOL-SP): Bolsonaro agora tem mais um título para a coleção: além de genocida, inelegível e golpista, agora também é réu! O STF confirmou o que o Brasil inteiro já sabia—quem ataca a democracia, responde por isso. A história não perdoa, e a Justiça está fazendo sua parte! ⏳⚖️ #SemAnistia #BolsonaroRéu

• Senador Rogério Carvalho (PT-SE): O Brasil não pode esquecer: Bolsonaro e sua quadrilha tentaram rasgar a Constituição e tomar o poder à força! Hoje, a Primeira Turma do STF deu um passo decisivo para responsabilizar esses criminosos. Eles são réus por tentativa de golpe de Estado! Mas isso não basta! O povo brasileiro exige punição exemplar! Quem atenta contra a democracia precisa pagar com o rigor da lei! Que a Justiça avance sem medo, sem conivência, sem demora! Cadeia para os golpistas! O Brasil não pode perdoar traidores da pátria.

• Senado Fabiano Contarato (PT-ES): Este 26 de março é um marco para a nossa República: a confirmação de que ninguém pode atentar contra a democracia acreditando que sairá impune. Bolsonaro e seus aliados agora são réus e serão julgados não por narrativas distorcidas – pelas quais sabemos que nutrem um vício contumaz – mas unicamente com base em fatos e provas. Se hoje clamam por anistia, é porque sabem que a verdade os condena.

• Deputado federal José Guimarães (PT-CE): Bolsonaro se torna réu no STF por tentativa de golpe, um passo importante para o fortalecimento da democracia e para mostrar que todos estão sujeitos à justiça. A impunidade não tem espaço em um Estado democrático de direito.