Após o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) protagonizar cenas de violência contra um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) dentro do Congresso, nesta terça-feira (16), diversos perfis de esquerda usaram as redes sociais para apoiar e comemorar a agressão.
O ativista político Gabriel Costenaro foi empurrado para fora das dependências da Câmara dos Deputados por Braga depois de uma breve discussão. Durante a ação, Braga desferiu vários chutes contra Costenaro e tentou impedir o seu retorno ao prédio.
Em seguida, ao ser confrontado pelo deputado Kim Kataguiri (União-SP), Braga acusou o colega de “defender nazismo” e os dois precisaram ser contidos por aliados e seguranças.
Momentos depois, Kataguiri protocolou no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados um pedido de cassação contra o deputado Glauber Braga. Em resposta, o deputado Glauber Braga publicou um vídeo nas redes sociais afirmando que “não se arrepende de nada”.
Ao comentar o caso, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) se solidarizou com o colega de partido, chamou Costenaro de “provocador” e disse que ele “vive tumultuando as atividades do PSOL no Rio de Janeiro”.
“Esses tempos de mídia digital criaram uma figura nova e nefasta: o ‘lacrador’, o ‘caçador de likes’, o propagador de fake news. Hoje, apareceu na Câmara dos Deputados um suposto ‘influencer’, integrante do MBL, para provocar o companheiro deputado Glauber Braga. Esse sujeito só quer irritar e vive tumultuando as atividades do PSOL no Rio de Janeiro. Sempre arrogante e mal educado, câmeras em punho, já interrompeu atividades do Glauber no Largo da Carioca, minhas no Buraco do Lume, e do Tarcísio. Não tem ética, limites nem mínimo respeito. Um provocador, formado na escola do MBL, tal qual Gabriel Monteiro, que está preso, e Arthur do Val, que teve o mandato cassado. Sua obsessão é aparecer, seja como for. Edita os vídeos, manipulando as falas, e faz discurso de candidato. Esse comportamento tem que ser sempre repudiado. E seus veiculadores processados. Toda solidariedade ao Glauber. Paciência tem limite”, escreveu o deputado em seu perfil na rede social X.
Em defesa de Braga, a deputada estadual do Rio de Janeiro, Marina do MST (PT), disse que o comportamento "desrespeitoso" de Costenaro não pode ser tolerado e acusou o ativista de "agressão".
"Toda solidariedade ao deputado Glauber Braga diante das repetidas agressões e desrespeitos do provocador do MBL. Repudio veementemente o histórico de agressão a mulheres e as ameaças infames, incluindo uma dirigida à mãe de um militante com mais de 70 anos. Não podemos tolerar tal comportamento desrespeitoso. Nossa luta é por respeito e solidariedade. Todo apoio ao Glauber em sua firmeza contra o fascismo", disse a parlamentar.
Outros perfis também foram às redes sociais para prestar apoio à agressão.
“Moleque chorando por agressão, tinha que pendurar o MBL inteiro em praça pública. Isso aí está leve”, disse um perfil no X ao compartilhar as imagens da confusão.
“Muito bem deputado Glauber Braga. Com fascistas não tem papo. O deputado Glauber diz que foi a quinta vez que o facistinha (sic) provocou ele. Merecia mais que um pé na bunda”, disse outro perfil.
Outro perfil criticou a cobertura do caso e acusou a imprensa de “passar pano para o MBL e para as táticas nazifascistas da extrema-direita”. Em um comentário à publicação, outro usuário do X completou: “Por isso, temos que encontrar um meio de não dar mais palco para imprensa no Brasil”.
“Costenaro, membro do MBL, perseguia Glauber Braga há semanas ameaçando: ‘Vou te dar um soco na cara’. Crime de stalker e ameaça de agressão. É desse tipo de gente que o MBL sobrevive”, disse outro perfil sem apresentar provas das supostas ameaças de Costenaro.
Na mesma linha, o ex-ator global, José de Abreu, disse que “fascista se trata no cuspe na cara e chute na bunda”. Conhecido por posicionamentos radicais nas redes sociais, Abreu disse ainda que aqueles a quem a esquerda considera como fascistas “não são seres humanos".
Declaradamente petista, José de Abreu já protagonizou uma confusão em que cuspiu em um casal dentro de um restaurante, em São Paulo, em 2016, durante uma discussão por causa de preferência política. Na ocasião, o ex-ator usou as redes sociais para relatar o caso e reforçar sua postura: “Adorei o entrevero com o coxinha. Fujão covarde, levou uma cusparada na cara e a mulher levou outra. Fascistas são tratados assim”, disse Abreu na época.
Ano passado, José de Abreu foi condenado a indenizar o também ator, Carlos Vereza, em R$ 35 mil por chamá-lo de “fascista”, “sem caráter” e “esclerosado” durante uma discussão nas redes sociais.
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