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Imagem da logomarca da construtora brasileira Odebrecht em São Paulo, Brasil, em 4 de dezembro de 2018.
Imagem da logomarca da construtora brasileira Odebrecht em São Paulo, Brasil, em 4 de dezembro de 2018.| Foto: NELSON ALMEIDA/AFP

Após a divulgação da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, que anulou todas as provas contra Lula provenientes do acordo de leniência da construtora Odebrecht, diversos parlamentares e ex-parlamentares acusados de integrar a famosa lista de propina da construtora foram às redes sociais para comemorar a decisão.

A lista foi amplamente noticiada pelos jornais em 2017, depois que os documentos foram entregues ao Ministério Público Federal (MPF) pelo delator Luiz Eduardo Soares, que atuou no Setor de Operações Estruturadas, como era chamado o departamento da empresa que cuidava dos pagamentos das propinas.

Listado na planilha da Odebrecht com os codinomes de “feio” e “lindinho”, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que “Moro e Dallagnol vão pagar por seus crimes contra o Brasil e a democracia”.

Na decisão de hoje, além de anular as provas, Toffoli também determinou a apuração de responsabilidade dos ex-integrantes da Lava Jato para eventual punição, o que inclui o ex-procurador e ex-deputado, Deltan Dallagnol, e o ex-juiz, Sergio Moro.

A ex-deputada comunista, Manuela d’Ávila (PCdoB), disse que o ministro Toffoli só reconheceu e tornou público o que eles (os esquerdistas) já sabiam. Em 2017, Manuela apareceu na lista da Odebrecht sob o codinome de “avião”.

O senador Humberto Costa (PT-PE), que ficou conhecido como “Drácula” na lista de propinas, ironizou o ex-juiz da Lava Jato: “A farsa desmoronou”.

Para a presidente nacional do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), a decisão de Toffoli foi “exemplar”. Gleisi era identificada na lista da empreiteira com os codinomes “amante” e “coxa”.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), chamado de “atleta” na mesma lista, disse que a Lava Jato foi uma “tocaia jurídica para criminalizar a política”. Calheiros também disse ter sido vítima “da sanha persecutória”.

Já o ex-deputado Eduardo Cunha (PTB-SP) foi às redes sociais chamar Moro de “juiz fake” e cobrar punição aos ex-integrantes da Lava Jato. Cunha estava listado na Odebrecht como “caranguejo”.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS), que figurou na lista com o apelido de “soluçao”, considerou a decisão de Toffoli como um “fato simbólico” que irá, supostamente, ajudar na “reconstrução do Brasil”.

Lideranças

O líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues (AP), disse que a decisão de Toffoli confirma a versão de Lula sobre as acusações.

“Em setembro de 2019, o presidente Lula dizia que não iria barganhar sua dignidade e integridade. E hoje escrevemos uma página da nossa história que ratifica cada linha da carta de 4 anos atrás. Que os envolvidos no maior escândalo do sistema judiciário brasileiro - que serviu de antessala do fascismo e tanto mal fez à democracia e a nosso povo - sejam investigados e responsabilizados pelas armações contra o Brasil. Neste dia, relembramos a carta de Lula, enquanto a História escancara quem sempre esteve do lado da justiça e da verdade”, escreveu o senador nas redes sociais.

Já o líder da oposição do Senado, Rogério Marinho (PL-RN), disse que é preciso resistir ao “revisionismo histórico” e que o país virou “a Pátria das narrativas e da democracia relativa”.

“Pessoas públicas estão acima do bem e do mal? Os poderosos sempre vencem? Nós não podemos aceitar situações como essa. O fato inquestionável é que a Petrobras se tornou a empresa mais endividada do mundo ao final de 2015. O que aconteceu não pode ser apagado apenas com uma decisão judicial”, disse o senador.

Conteúdo editado por:Vinícius Sales
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