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Conflito de interesses

“Extremamente grave”, diz Transparência Internacional sobre viagem de Toffoli com advogado do Master

Dias Toffoli
Ministro viajou em jatinho particular dias antes de decretar sigilo máximo ao processo envolvendo o Banco Master. (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

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A ong Transparência Internacional classificou como “extremamente grave” a viagem do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), a Lima, no Peru, na companhia do advogado de um dos presos por envolvimento no caso do Banco Master. A viagem foi revelada no final de semana pelo jornal O Globo e aponta que teria sido feita em um jato particular de um empresário para a final da Copa Libertadores da América.

A viagem ocorreu dias antes de Toffoli impor sigilo máximo ao processo que tramita no STF envolvendo o banqueiro Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master. Para a Transparência Internacional, há uma clara atuação de “lobby judicial” que desmoraliza a Justiça.

“O lobby judicial se tornou uma pandemia no Brasil e os maiores responsáveis são juízes do STF, que se regalam de favores escusos e desmoralizam a Justiça”, disse a entidade em nota:

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O sigilo ao caso foi determinado por Toffoli a pedido da defesa de Vorcaro, que chegou a permanecer dez dias preso. Com a decisão, informações que antes estavam disponíveis no site do STF foram retiradas, impedindo o acesso público aos detalhes da tramitação.

“Autoproclamados defensores da democracia, ministros nutrem o autoritarismo ao destruírem a credibilidade do tribunal constitucional brasileiro”, seguiu a Transparência Internacional na nota.

A entidade ainda pediu que o ministro Edson Fachin, recém-empossado presidente do STF e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), analise a viagem pelo Observatório da Transparência e Integridade no Poder Judiciário.

“É fundamental que este Observatório observe os exemplos nefastos que vêm de cima – e os coíba”, completou.

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Após a decretação do sigilo, Toffoli também estabeleceu que todas as novas diligências e medidas relacionadas à investigação do Banco Master só poderão ser realizadas com autorização prévia da Corte. A justificativa apresentada é a suspeita de que a apuração envolva pessoas com foro privilegiado.

Na última semana, a própria ong classificou a ampliação do sigilo determinada por Toffoli como “extremamente grave” e cobrou, “no mínimo”, a divulgação do “despacho com justificativa a essa decisão inédita”.

“Caso contrário, trata-se de patente violação do princípio constitucional da publicidade dos atos processuais”, pontuou a Transparência Internacional em nota.

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