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"Injusta e inadmissível"

Fachin celebra fim da Magnitsky contra Moraes em discurso de encerramento de ano

Edson Fachin, presidente do STF, na sessão de encerramento do ano judiciário de 2025.
Edson Fachin, presidente do STF, na sessão de encerramento do ano judiciário de 2025. (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

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O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Edson Fachin, celebrou a revogação das sanções da Lei Magnitsky contra seu colega de Corte, o ministro Alexandre de Moraes, classificando a medida como "injusta e inadmissível". A fala ocorreu no discurso de encerramento da última sessão de 2025, nesta quinta-feira (18).

"Que esta Corte jamais se dobre a ameaças, venham de onde vierem. Registrando, portanto, ao final deste ano, o levantamento da injusta e inadmissível aplicação da Lei Magnitsky a sua excelência o ministro Alexandre de Moraes e seus familiares", disse Fachin, citando nominalmente a norma, o que os ministros têm evitado fazer.

Durante a cerimônia de lançamento do SBT News, na última sexta-feira (12), Moraes aproveitou a presença do presidente Lula (PT) para agradecer ao petista pela articulação em prol da revogação das medidas contra si e sua esposa, a advogada Viviane Barci de Moraes.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, incluiu Moraes no rol de sancionados no dia 30 de julho, sob alegação de que o magistrado estaria violando direitos fundamentais, inclusive de cidadãos americanos. Para Fachin, o Supremo "deve decidir com base no Direito, e não em expectativas circunstanciais ou pressões externas."

Após a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a Corte viu crescer uma ofensiva pelo impeachment de Moraes. Em meio aos pedidos, Gilmar Mendes retirou dos cidadãos o direito de protocolar as denúncias, dando exclusividade à Procuradoria-Geral da República (PGR). Em meio à possibilidade de resposta do Senado com a imposição de mandato aos ministros e limitação de decisões monocráticas, Gilmar recuou da decisão, além de retirar o processo da pauta do plenário virtual. Agora, o tema deve ser analisado em plenário físico.

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Fachin é alvo de críticas internas pela proposta de criar um código de conduta para juízes de tribunais superiores, limitando declarações públicas e impondo transparência quanto ao cachê para participação em eventos. O ministro, que também comanda o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), tentou acalmar os ânimos, dizendo que "o diálogo será o compasso desse debate."

Durante o discurso, porém, Fachin também disse que "cabe ao Judiciário exercer sua função contramajoritária com prudência, autocontenção e respeito às competências dos demais Poderes." "Não fomos eleitos pelo voto popular, mas somos o Poder incumbido, pela Constituição, de guardá-la e de assegurar sua supremacia. Essa missão exige serenidade, diálogo republicano e compromisso com o sistema de freios e contrapesos, sem o qual a democracia constitucional se enfraquece", complementou.

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