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Segurança Pública

Flávio diz que não discutiu sanções contra Moraes com representante de Trump

Flávio diz que não discutiu sanções contra Moraes com representante de Trump
Flávio Bolsonaro se reuniu com representante do governo Trump. (Foto: Andressa Anholete/Agência Senado)

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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se reuniu, na tarde desta segunda-feira (5), com o representante do governo de Donald Trump, Ricardo Pita, para discutir o avanço de organizações criminosas no Brasil. Ele negou ter tratado sobre possíveis sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

“O assunto aqui não tem nada a ver com sanções com relação a quem quer que seja, como foi tratado por parte da imprensa”, disse o senador a jornalistas após o encontro. A delegação americana que está no Brasil é comandada pelo chefe interino da Coordenação de Sanções dos EUA, David Gamble, que não participou da reunião com Flávio.

No último sábado (3), o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) afirmou que Gamble se reuniria com Flávio e com o pai deles, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para discutir sanções contra Moraes.

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Segundo a Embaixada dos EUA no Brasil, Gamble está no país nesta semana para discutir ações voltadas ao combate ao crime organizado transnacional, principalmente medidas para conter o avanço do Primeiro Comando da Capital (PCC) e do Comando Vermelho (CV).

Questionado se Gamble visitará o ex-presidente, Flávio disse não saber e reiterou que é Eduardo quem está articulando o tema. Ele ressaltou que não terá novos encontros com a delegação americana nesta segunda. “Ele [Eduardo] está tratando disso [sanções contra Moraes] nos EUA, mas essa reunião específica, por uma coincidência de verdade, eu já havia pedido à Embaixada”, disse o senador.

A plataforma de vídeos Rumble e a Trump Media & Technology Group Corp., ligada ao presidente dos EUA, Donald Trump, movem dois processos contra Moraes na Justiça americana. Além disso, o Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos EUA, equivalente à Comissão de Constituição e Justiça no Brasil, aprovou um projeto de lei para impedir a entrada do ministro no país.

Flávio defende cooperação com EUA no combate ao crime organizado

Conselheiro do Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos EUA, Ricardo Pita faz parte da delegação que se reunirá também com os secretários de Segurança de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Flávio relatou que Pita será recebido pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e representantes do governo Lula (PT). “Ele [Pita] ficou bastante impressionado e preocupado, e disse que vai levar isso o quanto antes para as autoridades dos EUA", afirmou.

O parlamentar fez um pedido à Embaixada dos EUA, como presidente da Comissão de Segurança Pública do Senado, para debater medidas contra as facções criminosas. O deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), que preside o mesmo colegiado na Câmara, também participou do encontro.

O senador disse ter apresentado a Pita um relatório sobre “quem são os criminosos brasileiros, as relações que eles tem com terroristas, em especial do Hezbollah, onde eles lavam dinheiro, quais são empresas em que eles estão lavando dinheiro no Brasil, e como é seus tentáculos chegaram também aos EUA”.

Ele fez um apelo ao governo Lula para que trate a situação com a “maior seriedade possível” e formalize acordos de cooperação com o governo americano, visando a troca de informações de inteligência e tecnologia para “combater de verdade esse mal que atinge a todos nós aqui no Brasil”.

“Precisamos dessa interlocução com autoridades internacionais que estão acostumadas a combater esse tipo de marginal, inclusive declarando essas organizações aqui no Brasil como organizações terroristas”, afirmou Flávio.

Para o senador, esse é o “objetivo final” que as comissões do Congresso e as cúpulas de Segurança Pública do Rio e de São Paulo pretendem alcançar em uma reunião que será realizada em Washington, nos EUA.

Quem é David Gamble

Responsável por liderar a política de sanções do Departamento de Estado dos Estados Unidos, o diplomata David H. Gamble Jr. desembarcou no Brasil nesta segunda-feira (5) como chefe de uma delegação oficial que discutirá estratégias de combate ao crime organizado transnacional. Com um histórico extenso em segurança nacional e relações exteriores, Gamble ocupa atualmente o cargo de coordenador interino de Sanções do governo americano.

A visita ao país deve incluir reuniões bilaterais em Brasília voltadas aos programas de sanções dos EUA contra o terrorismo e o tráfico de drogas. Inicialmente, havia a expectativa por parte da oposição brasileira de que Gamble também discutisse possível sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Mas, de acordo com a Embaixada dos EUA no Brasil, ele apenas “participará de uma série de reuniões bilaterais sobre organizações criminosas transnacionais e discutirá os programas de sanções dos EUA voltados ao combate ao terrorismo e ao tráfico de drogas”.

Membro do Serviço Exterior Sênior dos Estados Unidos, David Gamble construiu uma carreira marcada por passagens estratégicas em regiões de alta complexidade geopolítica. Atuou como conselheiro econômico nas Filipinas e diretor para Rússia e Ásia Central no Conselho de Segurança Nacional. Também esteve em missões diplomáticas no Afeganistão, Cazaquistão, Polônia e Rússia, além de ter exercido funções internas no Departamento de Estado em áreas sensíveis como a redução da ameaça de armas convencionais.

Graduado pela prestigiada Escola Eisenhower da Universidade de Defesa Nacional e pelo College of William and Mary, Gamble fala russo e polonês, habilidades linguísticas que refletem sua experiência nas relações diplomáticas com o Leste Europeu.

Veterano do Exército americano, ele serviu na Coreia e no Afeganistão e recebeu a Medalha Estrela de Bronze, além de diversas honrarias do Departamento de Estado e do Conselho de Segurança Nacional. Fora da diplomacia, atuou como consultor em segurança nacional no setor privado.

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