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Judiciário

Gilmar Mendes defende Moraes sobre atuação junto ao Banco Master

Gilmar Mendes
Ministro afirmou ter "absoluta confiança" no colega após a revelação de que Moraes tentou interceder pelo Master no Banco Central. (Foto: Tânia Rego/Agência Brasil)

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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), saiu em defesa do colega Alexandre de Moraes, nesta segunda (22), ao comentar as suspeitas de atuação em favor do Banco Master. Ele afirmou ter “absoluta confiança” na conduta do magistrado.

Para Gilmar, o caso demonstra que os mecanismos institucionais funcionaram, com intervenção do Banco Central, investigações e prisões. Mais cedo, foi revelado que Moraes teria ligado para o presidente da autoridade monetária, Gabriel Galípolo, para defender o Master.

“Eu tenho absoluta confiança em relação ao ministro Alexandre de Moraes. E não vejo nenhum problema. O Banco Master é um sinal de que as instituições estão funcionando. O Banco Central fez a intervenção. Houve a investigação, prisão das pessoas. Portanto, a mim parece que é um sinal de que as instituições estão funcionando”, afirmou em uma conversa com jornalistas.

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A atuação de Moraes em favor do Banco Master foi inicialmente divulgada pelo jornal O Globo e confirmada pela Gazeta do Povo. Até o momento, Galípolo e Moraes não se pronunciaram sobre os contatos.

A reportagem apurou que a intervenção de Moraes em favor da compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB) vem sendo comentada por ministros de tribunais superiores em Brasília. O escritório de advocacia da mulher de Moraes, Viviane Barci, mantém um contrato de prestação de serviços com o Banco Master, com pagamento mensal de R$ 3,6 milhões. Segundo O Globo, o contrato tem vigência de três anos e poderia render cerca de R$ 130 milhões à advogada.

O contato de Moraes com Galípolo ocorreu em um momento em que o Banco Central já havia identificado indícios de irregularidades graves na instituição. Segundo o Globo, Galípolo então contou a Moraes sobre a investigação. Técnicos da autarquia detectaram fraudes no repasse de aproximadamente R$ 12,2 bilhões em créditos do Banco Master para o BRB, envolvendo títulos considerados inexistentes ou sem lastro.

As suspeitas levaram a Polícia Federal a abrir investigação e culminaram na prisão do controlador do banco, Daniel Vorcaro, e de outros seis executivos.

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A Gazeta do Povo entrou em contato com o STF, o Banco Central e o escritório Barci de Moraes Associados para pedir explicações sobre o caso, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem. Na semana passada, antes da divulgação do episódio, Galípolo afirmou, em entrevista à imprensa, que estava pessoalmente à disposição do STF para prestar esclarecimentos sobre irregularidades identificadas no repasse de créditos do Master ao BRB.

Segundo a reportagem do Globo, Moraes teria feito três contatos por telefone e um pessoalmente com Galípolo. Moraes teria dito ao presidente do Banco Central que gostava de Vorcaro e que o Banco Master estaria sendo combatido por tomar o espaço de grandes bancos. O ministro do STF teria solicitado que o BC autorizasse a compra do Master pelo BRB, que estava em análise no Banco Central desde março.

Ao ser informado por Galípolo sobre a fraude de R$ 12,2 bilhões, Moraes teria reconhecido que o negócio não poderia ser aprovado se o esquema fosse comprovado, afirmou o jornal com base em depoimentos de seis fontes que preferiram não se identificar.

O contrato da mulher de Moraes previa representação jurídica do Banco Master no Banco Central, na Receita Federal, no Conselho Administrativo de Defesa Econômica e no Congresso. O jornal O Globo afirmou que nenhuma dessas instituições recebeu documentos, petições ou pedidos de audiência do escritório dela em nome do Banco Master.

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