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A futura ministra das Relações Institucionais do governo Lula 3, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta quarta (5) que não entrará em atrito com o correligionário Fernando Haddad, que comanda a Fazenda. A escolha dela para o cargo de articulação do governo com o Congresso vem sendo vista com desconfiança.
Gleisi é uma forte crítica das medidas econômicas formuladas por Haddad e já chegou a classificá-las como “austericídio fiscal”. No entanto, afirma que não entrará neste tema e atuará apenas na negociação com os parlamentares.
“Eu não fui nomeada para tratar de economia; fui nomeada para cuidar da articulação política”, disse em entrevista ao g1. Ela tomará posse do cargo na próxima segunda (10).
Há a expectativa de que Glesi articule uma nova liderança do governo na Câmara mais ao centro, possivelmente o deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), além de uma melhor relação com o próprio presidente da casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). Para a futura ministra, o trabalho agora será com vistas às eleições do ano que vem – possivelmente a reeleição de Lula, objetivo maior do PT, que ainda não tem um nome suficientemente forte para a sucessão presidencial.
“Vou fazer tudo que for possível para garantir 2026, vou buscar essas alianças”, pontuou.
Em meados de 2023, Gleisi travou um embate público com Haddad afirmando que a agenda fiscal do país não era dele, e sim do próprio presidente. Na época, Lula desdenhou da meta de zerar o rombo nas contas públicas, com ela ecoando a crítica.
“Não sou oposição ao Haddad, gosto do Haddad. Considero o Haddad um excelente quadro… Agora tenho divergências em alguns pontos. Mas essas divergências não podem ser colocadas como se eu fosse inimiga do Haddad”, disse Gleisi meses depois ao ser questionada sobre a relação com o ministro.
A futura ministra também já reforçou, em entrevistas passadas, de que Lula será candidato à reeleição e que não vê nenhum nome possível para ser candidato à sucessão presidencial.
“O Lula tem que ser nosso candidato à reeleição. Não tenho dúvida. Está na resolução do PT. E nossa missão tem que ser fazer com que essa frente permaneça. Ela é totalmente expressa na formação do governo, na condução da economia e no relacionamento com o Congresso”, disse no ano passado.
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