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Eleições nos EUA

Gleisi diz que “extrema direita se assanha” no Brasil com vitória de Trump nos EUA

Gleisi Hoffmann
Presidente nacional do PT se adiantou ao próprio partido e contrariou discurso mais ameno pragmático de Lula. (Foto: Vinícius Loures/Câmara dos Deputados)

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A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR), se adiantou ao próprio partido e lamentou a vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos na madrugada desta quarta (6). Ela classificou o resultado como um “sinal de alerta para o campo democrático no mundo todo”.

“A polarização se mantém como uma realidade e temos de nos preparar para enfrentá-la também aqui no Brasil, onde a extrema direita já se assanha com o resultado”, disparou.

Trump foi eleito com uma inesperada folga de 277 votos dos delegados contra 224 favoráveis a Kamala Harris. Os institutos de pesquisa projetavam uma disputa apertada, o que não se concretizou.

Gleisi Hoffmann emendou o lamento e afirmou que a vitória de Trump significa, ainda, uma tentativa do mercado de impor uma política neoliberal que não cabe às necessidades da população.

“Temos de fortalecer o campo da democracia em nosso país, mas principalmente dar respostas concretas às necessidade e expectativas do povo, que não cabem na receita neoliberal que o mercado quer impor ao governo e ao país”, completou.

A fala mais incisiva de Gleisi contrasta com a do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que preferiu adotar um tom mais pragmático e ameno ao parabenizar Trump pela vitória na eleição norte-americana. “A democracia é a voz do povo e ela deve ser sempre respeitada”, disse nas redes sociais.

Lula, no entanto, não explicou se ligará para Trump para parabenizar pela vitória, como é de praxe da diplomacia do governo brasileiro. “O mundo precisa de diálogo e trabalho conjunto para termos mais paz, desenvolvimento e prosperidade”, disse emendando que deseja “sorte e sucesso ao novo governo”.

Anteriormente, Lula adotava um tom mais duro quando se referia a Trump, e chegou a sinalizar na semana passada que uma eventual vitória dele significaria um retorno do fascismo e do nazismo.

“Nós vimos o que foi o presidente Trump no final do mandato, fazendo aquele ataque contra o Capitólio, uma coisa impensável de acontecer nos EUA, que se apresentava ao mundo como modelo de democracia. [...] Temos o ódio destilado todo santo dia, as mentiras, não apenas nos Estados Unidos, na Europa, na América Latina, vários países do mundo. É o fascismo e o nazismo voltando a funcionar com outra cara”, disse em entrevista ao canal francês TF1.

Há a expectativa de que o governo se pronuncie institucionalmente ainda nesta quarta (6), mas sem previsão de horário.

Enquanto Lula adotou um tom mais pragmático e sereno à vitória de Trump, a esquerda brasileira lamentou e disse esperar “tempos difíceis”, principalmente na questão das mudanças climáticas.

Na tarde de terça (5), o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) afirmou que a vitória de Trump – ainda tratando como “eventual” – não traria impacto para o governo Lula. Para ele, “se o Trump quiser fazer algum tipo de retaliação, sinceramente, quem está perdendo é ele, que vai estar perdendo um parceiro importante, que é o Brasil”.

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