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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que está torcendo pela vitória de Kamala Harris na eleição dos Estados Unidos, que terá a votação realizada nesta terça (5). O apoio à candidata democrata foi feito na última sexta (1º) em uma entrevista ao canal francês TF1, que teve o conteúdo completo divulgado nesta segunda (4) pelo Palácio do Planalto.
Lula sugeriu que uma vitória do candidato republicano Donald Trump significaria uma volta do fascismo e do nazismo, e fez referência ao ataque ao Capitólio, em Washington, no dia 6 de janeiro de 2021. Para ele, Kamala é “muito mais seguro” para a preservação da democracia do país.
“Nós vimos o que foi o presidente Trump no final do mandato, fazendo aquele ataque contra o Capitólio, uma coisa impensável de acontecer nos EUA, que se apresentava ao mundo como modelo de democracia”, disse ressaltando que a eleição de Kamala Harris é uma chance de fortalecer essa democracia.
Lula emendou afirmando que “temos o ódio destilado todo santo dia, as mentiras, não apenas nos Estados Unidos, na Europa, na América Latina, vários países do mundo. É o fascismo e o nazismo voltando a funcionar com outra cara”.
Em julho, quando Joe Biden decidiu não concorrer à reeleição e anunciou Kamala como sua sucessora, Lula considerou a decisão pessoal e mencionou que o Brasil manterá relações com quem for o próximo presidente dos EUA. Ainda assim, ele afirmou que torce para uma vitória da democrata como uma forma de manter a estabilidade democrática nos Estados Unidos.
Lula tem evitado comentar explicitamente sobre eleições de outros países, mas Trump é um alvo constante de críticas. “Eu não posso dar palpite sobre as eleições de outros países, porque seria uma ingerência indevida minha”, disse se contrariando.
A declaração de apoio à vice-presidente dos Estados Unidos ocorre em um contexto de disputa acirrada entre os candidatos, que estão tecnicamente empatados nas pesquisas.
Na mais recente pesquisa da NBC News, divulgada neste domingo (4), ambos aparecem com 49% das intenções de voto. A corrida permanece indefinida, com atenção especial às campanhas nos chamados estados-pêndulo, decisivos para o resultado final.