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Efeito Trump

Governo diz ao Brics que pode substituir EUA na venda de carne à China

Carlos Fávaro
Ministro Fávaro diz que, embora substituição não seja integral, o Brasil tem capacidade de ampliar a produção nacional. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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O ministro Carlos Fávaro, da Agricultura, afirmou nesta quinta (17) que o Brasil pode ocupar o espaço deixado por frigoríficos dos Estados Unidos desabilitados para exportar carne bovina à China. A declaração foi feita durante reunião de ministros da Agricultura do Brics em Brasília e que tem o Brasil na presidência neste ano.

A oportunidade surgiu após decisão do governo chinês de retirar a autorização de 395 plantas frigoríficas norte-americanas para exportar carne ao país asiático, em meio ao tarifaço imposto pelo presidente norte-americano Donald Trump.

“Alguém vai precisar fornecer essa carne, que era fornecida pelos norte-americanos. O Brasil se apresenta, com muita vontade e capacidade, e tenho certeza que vamos saber ocupar esse espaço e ser um grande fornecedor”, disse à imprensa.

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Apesar do entusiasmo, Fávaro ponderou que o Brasil não tem condições de substituir integralmente os Estados Unidos no fornecimento de carne à China, mas destacou o potencial de expansão da produção nacional. Para ele, o Brasil é um dos “pouquíssimos” países do mundo capaz de ampliar a área produtiva em dezenas de milhões de hectares.

“Certamente, gradativamente, o Brasil será a segurança alimentar. Não só para a China, mas para todos os países do mundo”, pontuou.

O ministro também informou que uma reunião entre autoridades alfandegárias da China e o governo brasileiro está agendada para a próxima terça (22) para discutir a ampliação do comércio bilateral e a adoção de protocolos conjuntos. As tratativas técnicas devem embasar os próximos encontros entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Xi Jinping, incluindo a visita dele à China prevista para maio.

Fávaro explicou que o esforço do Brasil para ampliar a exportação de proteínas não se limita ao mercado chinês. Ele citou negociações com o Japão, iniciadas após a viagem oficial de Lula ao país em março, como outro exemplo de diversificação comercial.

“Por óbvio, queremos ampliação com a China. Acho que, diante da não reabilitação de quase 400 plantas nos Estados Unidos, eles vão precisar se decidir, e vamos nos apresentar”, afirmou.

Durante a reunião ministerial do Brics, Fávaro destacou que, embora o encontro não tenha sido convocado especificamente por conta das novas tarifas impostas norte-americanas, o tema do protecionismo comercial foi discutido com preocupação pelos países do bloco.

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Segundo o ministro, houve consenso sobre a necessidade de ampliar o comércio de produtos agropecuários entre os países-membros, como forma de resistência às barreiras impostas por nações desenvolvidas.

“Isso nos motiva ainda mais para o fortalecimento desse bloco geopolítico. A afronta neste momento, por parte do governo norte-americano, e um protecionismo sem precedentes certamente nos induz ao fortalecimento do bloco e buscar novas oportunidades”, completou Fávaro.

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