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O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu manter o sigilo em telegramas diplomáticos trocados com a embaixada brasileira em Washington nos últimos dez meses. Os documentos abordam as relações Brasil-EUA, incluindo o tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump à maioria das exportações brasileiras, a suspensão de vistos de autoridades nacionais e sanções aplicadas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Foram identificados nove telegramas classificados como secretos, com restrição de acesso por 15 anos, e 14 telegramas reservados, bloqueados por cinco anos. Dois documentos receberam o mais alto nível de sigilo após pedido do jornal O Estado de S. Paulo por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). A classificação atende ao artigo 23, inciso II, da LAI, que permite ocultar informações que possam prejudicar negociações ou relações internacionais.
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Os telegramas diplomáticos indicam preocupações com as tarifas do governo Trump contra produtos brasileiros, a suspensão de vistos de ministros do STF e do procurador-geral da República, Paulo Gonet, além de processos judiciais contra Moraes em plataformas como Rumble e Truth Social. Também constam relatórios sobre repressão transnacional, orientações para diálogo com parlamentares americanos e cooperação na luta contra crimes organizados.
O chanceler Mauro Vieira assinou pessoalmente a classificação de alguns desses documentos. Além disso, o Itamaraty reteve telegramas contendo os termos STF, Moraes, Bolsonaro, tarifas e lobby ligado a Eduardo Bolsonaro (PL-SP).




