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Presidente Lula e o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco
Presidente Lula e o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco| Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Em busca de apoio de deputados e senadores do Congresso para a aprovação de projetos considerados importantes para o governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ordenou a liberação de R$ 1,28 bilhão em emendas parlamentares apenas nos dez primeiros dias de maio. O montante é três vezes maior do que o concedido entre janeiro e abril. No total, foram empenhados R$ 1,6 bilhão em emendas parlamentares em 2023, de acordo com dados do Painel de Emendas do Siga Brasil, do Senado.

As emendas individuais de deputados e senadores abrangem quase que a totalidade dos recursos de maio (98%), somando R$ 1,26 bilhão, enquanto que emendas de bancadas estaduais e de comissões somaram R$ 17 milhões. Veja quanto já foi liberado de emendas parlamentares em 2023, por mês e o total do período:

  • Janeiro – 0 
  • Fevereiro – R$ 37,5 milhões 
  • Março – R$ 212,6 milhões 
  • Abril – R$ 97,3 milhões 
  • Maio – R$ 1,2 bilhão 
  • Todo o ano de 2023 – aproximadamente R$ 1,63 bilhão 

O esforço do governo é para evitar novas derrotas no Congresso num momento em que projetos como o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária vão precisar de apoio dos parlamentares. A falta de uma base governista sólida é notada principalmente na Câmara dos Deputados, onde o governo sofreu derrotas recentemente, com a aprovação de um projeto que modifica o decreto de Lula sobre o marco do saneamento e o adiamento da votação do projeto de lei das Fake News, também conhecido como PL da Censura (PL 2.630/2020).

Na votação do projeto de decreto legislativo que visa reverter as mudanças de Lula ao marco do saneamento (PDL 98/2023), PSD, MDB e União Brasil, que comandam ministérios no governo Lula, votaram em peso pela aprovação. Apenas oito votaram com o governo (sete do PSD, um do MDB e nenhum do União).

A liberação de recursos para as emendas parlamentares também ocorre em um momento de preocupação do governo com a CPMI dos atos de 8 de janeiro e a CPI do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), prestes a iniciarem os trabalhos.

Ao longo desta semana, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro das Relações Institucionais Alexandre Padilha estão se reunindo com dirigentes e líderes de partidos da base aliada para assegurar o apoio nas votações. O PSD e o PSB foram, nesta quarta (10), os primeiros chamados para acertar a negociação.

Na próxima semana, será a vez do MDB e do União Brasil que, embora tenham cargos e ministérios no governo, ainda não estão completamente comprometidos com a base aliada.

Parlamentares destes partidos estão entre os que mais receberam verbas nos últimos dias. Veja os 15 parlamentares mais beneficiados:

Nome do parlamentarValor em R$
MARA GABRILLI (PSD)26.704.033,00
DANIELLA RIBEIRO (PSD)23.247.394,00
JAYME CAMPOS (União)16.843.994,00
RENAN CALHEIROS (MDB)16.238.455,00
JAQUES WAGNER (PT)15.632.011,00
MARCELO CASTRO (MDB)15.466.972,00
ALUISIO MENDES (PSC)14.907.078,30
FLÁVIO ARNS (Podemos)13.959.997,00
ROMÁRIO (PL)13.369.093,00
EDUARDO BRAGA (MDB)12.700.000,00
OMAR AZIZ (PSD)12.101.089,00
RODRIGO PACHECO (PSD)11.050.000,00
DR. ZACHARIAS CALIL (União)10.607.287,00
RODRIGO CUNHA (União)10.282.571,00
LEONARDO MONTEIRO (PT)10.180.000,00
Correção

A reportagem foi atualizada para corrigir o partido da senadora Daniella Ribeiro. Ela pertence ao PSD e não ao União Brasil, como informado anteriormente. Pelo erro, pedimos desculpas.

Corrigido em 12/05/2023 às 12:46
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