Integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) admitem nos bastidores que uma eventual troca no comando do Ministério da Saúde poderia ampliar os poderes do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A pasta comandada por Nísia Trindade passou a ser cortejada nos últimos dias por parlamentares do Centrão que costuram apoio à base do Executivo no Congresso.
Além do orçamento de aproximadamente R$ 180 bilhões, a pasta conta ainda com quase R$ 15 bilhões disponíveis para indicações em emendas parlamentares apenas neste ano. De 1º a 16 de junho, por exemplo, a pasta pagou cerca de R$ 2,4 bilhões em emendas parlamentares.
A grande maioria desses pagamentos foi em emendas individuais dos deputados e senadores. O montante é referente aos valores efetivamente pagos pelo ministério, e não àqueles prometidos ou empenhados.
As principais indicações das emendas foram para incremento temporário ao custeio dos serviços de atenção primária em saúde e as de incremento temporário ao custeio dos serviços de assistência hospitalar e ambulatorial. Devido a esse orçamento robusto, aliados de Lula avaliam que uma possível troca no comando do Ministério da Saúde poderia ampliar a influência de Lira junto aos parlamentares.
Nos cálculos do governo, tal movimento poderia manter com o presidente da Câmara o poder de negociação com os deputados, assim como ocorria com as emendas do orçamento secreto. Por isso, aliados de Lula defendem uma aproximação com Lira, mas com a condição de que o Planalto seja responsável por controlar o orçamento e as liberações de emendas.
Para vetar esse anseio, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, negou a eventual saída de Nísia Trindade do cargo. "Queremos posicionar claramente que o presidente Lula, em nenhum momento, desde a montagem do seu governo, desde a escolha dos ministros e ministras, colocou o Ministério da Saúde como cota partidária de qualquer partido", indicou o ministro depois de um encontro com Lula no Palácio da Alvorada nesta segunda-feira (19).
Para tentar minimizar possíveis desgastes na relação, o ministro Alexandre Padilha negou que Lira tenha feito qualquer tipo de exigência ao governo. "Eu quero ser justo com o presidente Arthur Lira. Tanto para mim quanto para o presidente Lula, em nenhum momento, o presidente Arthur Lira reivindicou qualquer ministério, ocupar qualquer ministério do governo. Tem que ser justo em relação a isso", afirmou Padilha.
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