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O coronel Jean Lawand Junior.
O coronel Jean Lawand Junior.| Foto: Reprodução/Exército.

O comandante do Exército, general Tomás Paiva, anulou nesta sexta-feira (16) a nomeação do coronel Jean Lawand Junior para a Representação Diplomática do Brasil nos Estados Unidos. A decisão ocorre após a Polícia Federal identificar mensagens trocadas entre Lawand e o tenente-coronel Mauro Cid que sugeriam a tentativa de um suposto golpe de Estado com a utilização das Forças Armadas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, foram informados da determinação do comandante do Exército em uma reunião no Palácio do Planalto, informou o jornal Folha de S. Paulo. Lawand é supervisor do Programa Estratégico Astros do Escritório de Projetos do Exército, do Estado-Maior da Força.

As conversas entre Lawand e Cid, que atuou como ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foram vazadas pela revista Veja nesta quinta (15). Elas foram encontradas no celular de Cid durante a investigação da PF. O coronel pedia a Cid que convencesse Bolsonaro a agir contra a eleição de Lula. "Convença o 01 a salvar esse país!", afirmou Lawand em uma mensagem.

À Folha, o Exército disse, em nota, que opiniões pessoais "não representam o pensamento da cadeia de comando" da Força e que na esfera administrativa "as medidas cabíveis já estão sendo adotadas".

"Pelo amor de Deus, Cidão. Pelo amor de Deus, faz alguma coisa, cara. Convence ele a fazer. Ele não pode recuar agora. Ele não tem nada a perder. Ele vai ser preso. O presidente vai ser preso. O presidente vai ser preso. E, pior, na Papuda, cara", afirmou o coronel em outra conversa. Lawand disse à Veja que é amigo de Cid e não se recorda de nenhum diálogo com o teor citado.

A Gazeta do Povo solicitou um posicionamento ao Ministério da Defesa sobre a situação do coronel Jean Lawand Junior, mas não recebeu um retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.

Defesa de Bolsonaro diz que diálogos comprovam que ex-presidente não estava envolvido

Em nota, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que “os novos diálogos revelados pela revista Veja comprovam, mais uma vez, que o presidente Bolsonaro jamais participou de qualquer conversa sobre um suposto golpe de Estado”.

“Registramos, ainda, que o ajudante de ordens, pela função exercida, recebia todas as demandas - pedidos de agendamento, recados etc - que deveriam chegar ao presidente da República. O celular dele, portanto, por diversas ocasiões se transformou numa simples caixa de correspondência que registrava as mais diversas lamentações”, diz a nota assinada pelos advogados Paulo Amador da Cunha Bueno, Daniel Bettamio Tesser e Fábio Wajngarten.

Moraes retira sigilo de mensagens encontradas em celular de Cid

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes retirou o sigilo de mensagens obtidas pela PF no celular de Mauro Cid. "O investigado compilou estudos que tratam da atuação das Forças Armadas para Garantia dos Poderes Constitucionais e GLO. Os documentos tratam da possibilidade do emprego das Forças Armadas, em caráter excepcional, destinado a assegurar o funcionamento independente e harmônico dos Poderes da União, por meio de determinação do Presidente da República", diz o relatório da corporação sobre o conteúdo encontrado, informou a Agência Brasil.

Cid está preso desde 3 de maio por determinação de Moraes sob a acusação de fraudar o cartão de vacinação de Bolsonaro e de seus familiares. Durante as investigações sobre o caso, a PF também encontrou as mensagens divulgadas pelo ministro.

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