O ministro Mauro Vieira, das Relações Exteriores, voltou a criticar o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) por não chegar a um consenso sobre uma resolução clara para uma pausa humanitária na guerra entre Israel e o Hamas.
Em um discurso em Brasília na manhã desta terça (7), o chanceler considerou a atuação do órgão como “lamentável” e “moralmente inaceitável” pela falta de acordo já desde que o Brasil presidiu temporariamente o colegiado, no mês passado, e que teve a guerra como primeiro desafio já no final da primeira semana de gestão.
“Mobilizamos todos os nossos esforços para reverter a paralisia do principal órgão do sistema multilateral em favor de uma solução para a alarmante situação humanitária na região. É lamentável, além de moralmente inaceitável, que uma vez mais o Conselho de Segurança não tenha conseguido estar à altura do seu nobre mandato”, disse em discurso na abertura do 6º Brasil Investment Forum.
Mauro Vieira ainda destacou que, em 2024, o Brasil vai presidir o G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, sediando as reuniões no final do ano no Rio de Janeiro. Ele ressaltou que o país vai continuar empenhado em “oferecer resposta a um mundo que necessita, mais do que nunca, de soluções coletivas”.
Pelo menos quatro propostas apresentadas pelo Brasil, Estados Unidos e Rússia foram rejeitadas por membros do colegiado com poder de veto durante a presidência rotativa. A resolução brasileira teve a maior quantidade de votos favoráveis – 12 no total, com duas abstenções e apenas um contrário, dos Estados Unidos.
Na última reunião presidida por Vieira no colegiado, o ministro expressou frustração pela dificuldade em chegar a um acordo e afirmou que o órgão tem “falhado vergonhosamente” em chegar a uma solução para o conflito na Faixa de Gaza.
O chanceler enfatizou que, desde o início da guerra, o Conselho de Segurança realizou reuniões e ouviu discursos, mas não conseguiu tomar a decisão de “pôr fim ao sofrimento humano no território”. Ele ressaltou que o colegiado possui os meios para tomar medidas eficazes, mas, “repetida e vergonhosamente”, não o fez.
O conselho é presidido neste mês pela China, e passará o mandato em dezembro ao Equador.
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