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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou a "politização" das indicações a cortes superiores, em meio à tensão em torno da escolha do advogado-geral da União, Jorge Messias pelo presidente Lula (PT) como indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF). "O chefe do Executivo faz a indicação, o Senado sabatina, aprova ou não. Não vejo como um bom caminho a gente politizar a indicação para as cortes superiores", opinou o ministro, em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta sexta-feira (12).
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), queria que Lula indicasse o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O desgaste aumentou após uma nota divulgada antes de uma conversa presencial entre ele e Messias. Em resposta, Alcolumbre disse que tomou ciência da manifestação "do indicado" e que pautaria a sabatina em momento oportuno.
A data escolhida, 10 de dezembro, foi considerada uma retaliação pelo governo, que viu prazo apertado para as reuniões entre Messias e os senadores em busca de apoio. Com isso, Lula deixou de enviar a mensagem oficial, fato que gerou revolta em Alcolumbre. O resultado final foi o adiamento da votação. Com isso, a sabatina ficará para 2026.
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Ministro comenta falta de lideranças nacionais no PT
Escolhido como substituto de Lula em 2018, o ministro diz que é "excepcional" a situação de o partido não ter lideranças nacionais além do próprio presidente da República. A transferência de votos não saiu como o esperado pelo partido e o pleito de 2018 terminou com a eleição de Jair Bolsonaro (PL).
O petista culpa a "ação da oposição" por uma "produtividade menor" do Executivo. Questionado sobre o impacto do atraso no pagamento de emendas no desgaste da relação com o Legislativo, ele apontou para as determinações do ministro Flávio Dino na ação que visa a estabelecer novos critérios de transparência e rastreabilidade.
O ministro ainda comentou a intenção de ajudar na campanha à reeleição de Lula, citando uma fala do presidente a ele: "Haddad, você vai colaborar da maneira que você preferir. E qualquer decisão que você tome eu vou respeitar. Mas vamos conversar."
A conversa teria ocorrido em tom amigável: "Eu tenho a intenção de colaborar com a campanha do presidente Lula, e disse isso a ele, que eu não pretendo ser candidato em 2026, mas quero dar uma contribuição para pensar o programa de governo, para pensar como estruturar a campanha dele."
Haddad ainda não crava sua saída, nem adianta se será coordenador da campanha ou liderança em algum outro posto. O PT ainda insiste em lançar o ex-prefeito paulistano em uma chapa para o governo ou para o Senado pelo estado. Ele diz considerar "natural" que seu nome esteja no radar, mas que já conversou por duas vezes com o presidente da sigla, Edinho Silva, acerca de sua intenção de ajudar na campanha, mas sem uma candidatura. "Passei por três eleições muito difíceis, no pior momento do partido", complementa Haddad.




