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Ministro Luiz Henrique Mandetta
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante coletiva de imprensa no Palácio do Planalto.| Foto: Anderson Riedel/PR

O Ministério da Saúde anunciou em coletiva de imprensa nesta terça-feira (14) que os hospitais públicos e privados do Brasil serão obrigados a notificar o número de leitos que têm disponíveis. A medida, segundo a pasta, tem o objetivo de facilitar o monitoramento do nível de ocupação do sistema de saúde no país para o enfrentamento do coronavírus.

“Esta informação é fundamental para qualquer tipo de tomada de decisão. São duas variáveis: a transmissibilidade da doença e a capacidade de atender”, afirmou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Uma plataforma foi criada pelo ministério para que as notificações sejam registradas. A obrigação da notificação tem validade imediata.

Segundo o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, todos os hospitais que têm pacientes internados com Covid-19 devem informar a disponibilidade dos leitos de UTI. Isso inclui, segundo ele, “os leitos que estão sendo utilizados e os que estão vagos. Tanto os leitos que são utilizados para outros pacientes, para outras patologias, como também os leitos destinados exclusivamente ao atendimento das pessoas com síndrome respiratória aguda grave”.

Chamamento público para testes de coronavírus

O Ministério também informou que abriu um chamamento público para a realização dos testes RT-PCR – aqueles que identificam o coronavírus desde o início da doença e que, por enquanto, está voltado especialmente a pacientes em estado grave.

Segundo Mandetta, o país terá uma “usina de exames” para processar os testes em São Paulo. Um dos grandes desafios para o Brasil em relação aos testes RT-PCR tem sido a capacidade para processar os exames. Segundo o ministro, a pasta está trabalhando “com um pool de laboratórios públicos e privados para fornecer por contratação os testes para diagnósticos”.

Inicialmente, de acordo com Mandetta, o Brasil terá disponíveis 3 milhões de exames desse tipo e busca capacidade para processar cerca de 30 mil testes por dia.

As dez “regiões de saúde” mais afetadas pelo coronavírus

O Ministério da Saúde também divulgou nesta terça dados da expansão do coronavírus no Brasil segundo o que a pasta chama de “regiões de saúde”, isto é, zonas geográficas com perfis homogêneos para o campo da saúde. As regiões de Fortaleza, São Paulo e uma região chamada de “Manaus, entorno e Alto Rio Negro” são as mais afetadas pela doença.

São Paulo tem o maior coeficiente de mortalidade entre as regiões de saúde no Brasil: 37,2 mortos a cada 1 milhão de habitantes. A região de Fortaleza tem um coeficiente de mortalidade de 28,5, e Manaus, entorno e Alto Rio Negro tem um índice de 24,1.

A região de saúde de Fortaleza tem o maior coeficiente de incidência – isto é, de casos confirmados da doença – do Brasil. São 608,2 contaminados pela Covid-19 a cada 1 milhão de habitantes. A região de São Paulo tem um índice nesse item de 523,8, e a de Manaus, entorno e Alto Rio Negro tem um coeficiente de 436,7.

Onyx faz discurso em defesa da retomada

O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, falou antes do ministro da Saúde, e fez um discurso em defesa da retomada das atividades e do fim do isolamento social horizontal. Ele e Mandetta dividiram a mesma bancada durante alguns minutos. O encontro se deu poucos dias depois do vazamento do áudio de uma conversa entre Lorenzoni e o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) em que ambos criticavam Mandetta.

“O Brasil também precisa olhar para o espectro e a onda da fome, da miséria e do desemprego. Cada um de nós aqui sabe, e cada gestor público também sabe, o quanto isso é complexo, o quanto isso é difícil. A busca do equilíbrio e da racionalidade é fundamental no atual momento”, disse Lorenzoni. “É chegada a hora de fazer uma reflexão sem paixão, apenas a paixão pelo povo brasileiro”, acrescentou.

O ministro finalizou sua fala ressaltando a importância de um esforço para “proteger o Brasil no presente mas não matar o nosso futuro”.

Durante a coletiva, Lorenzoni também falou sobre números relacionados ao auxílio emergencial do governo a cidadãos brasileiros. Segundo ele, o auxílio já chegou a 5,971 milhões de brasileiros, sem contar com os beneficiários do Bolsa Família. Além disso, três milhões de mulheres chefes de famílias monoparentais começaram a ter creditado os recursos do auxílio nesta terça.

Tarcísio Gomes diz que Brasil não perdeu interesse dos investidores

Outro ministro que falou na coletiva desta terça foi Tarcísio Gomes, da Infraestrutura. Ele garantiu que o interesse de investidores estrangeiros no Brasil não diminuiu depois que a crise do coronavírus começou.

“Temos mantido a estruturação de projetos em andamento. Concluímos uma série de projetos, enviando para o Tribunal de Contas da União, e estamos percebendo o investidor estrangeiro interessado em nossos projetos. O interesse não caiu – pelo contrário, aumentou. O programa de concessão vai prosperar e vai ser uma alavanca importante de retomada, de recuperação de emprego e de investimento na nossa infraestrutura”, afirmou Gomes.

O ministro também destacou a campanha de vacinação dos trabalhadores de transporte promovida pela pasta da Infraestrutura em parceria com o Ministério da Saúde. “É uma turma que não parou, que sabe da sua importância para o país”, disse.

De 16 de abril a 9 de maio, o governo promoverá a vacinação de caminhoneiros e trabalhadores portuários. Os primeiros poderão se vacinar poderão receber a vacina em qualquer posto de saúde do Brasil, bastando identificar-se com algum documento que comprove sua profissão. Já os trabalhadores portuários terão poderão procurar postos de saúde de cidades portuárias.

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