Bolsonaro teria ameaçado tirar os cargos dos irmãos Weintraub no exterior caso Abraham, o ex-ministro da Educação, não recuasse de sua tentativa de ser candidato a governador em São Paulo. Essa foi a principal acusação contra o presidente feita na live ocorrida na noite desse domingo, anunciada com o título “revelações” nas redes sociais.
Repleta de falas que demonstram o ressentimento de Abraham e Arthur contra o presidente e seu entorno, o programa também teve a participação do ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, além de Victor Metta e Paulo Eneas. Em comum, todos atacaram o Centrão e os militares, imputando a esses grupos a causa de suas quedas.
Coube a Arthur Weintraub, ex-assessor especial da Presidência da República, expor o que seria a maior novidade na live. Segundo ele, nos meses de novembro e dezembro de 2021, o próprio Jair Bolsonaro teria ligado para ele, reclamado da insistência do irmão em ser candidato e fez a ameaça de lhes tirar o cargo de forma mais clara. “Vocês podem ficar aí por vários anos, mas não voltem para o Brasil, sumam, saiam da internet”, teria dito o presidente. Segundo Arthur, diante da recusa dele e do irmão em atender aos pedidos de recuo, o cargo que ocupava na Organização dos Estados Americanos (OEA) lhe foi tirado.
No caso de Abraham, embora tenha dito que Bolsonaro “desistiu de lutar contra o sistema” e que “não está totalmente isento de culpa”, ele afirmou que votará em Bolsonaro e que perdoaria o presidente, caso ele peça desculpas.
Ernesto Araújo, por sua vez, optou por mirar seus ataques no Centrão, especialmente no Progressistas – um dos principais partidos da base aliada do governo – ao qual chamou pejorativamente de Partido de Pequim (PP). Segundo ele, após sua saída do Itamaraty, expoentes do partido teriam agido para que o Brasil adotasse uma postura “complacente” com a China. Fatos ocorridos nos primeiros anos do governo também foram resgatados, sobrando ataques para os ex-ministros Santos Cruz, Sergio Moro e Jorge Oliveira.
Enquanto a live ocorria, apoiadores do presidente Bolsonaro criticavam e ironizavam a live nas redes sociais, especialmente no Twitter, onde levantaram a hashtag #PatatismoCultural, numa referência sarcástica aos palhaços Patati e Patatá.
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