Dados bancários sigilosos do ex-presidente Jair Bolsonaro apurados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) foram vazados para a imprensa e estão sendo usados para atacar o ex-presidente.
As críticas estão relacionadas ao recebimento de supostas doações por transferência PIX que seriam destinadas a ajudar o ex-presidente a pagar uma série de multas, principalmente por não ter usado máscara durante a pandemia ao visitar diversas cidades. As críticas estão relacionadas com o alto valor arrecadado e com o fato do ex-presidente não ter apresentado os valores espontaneamente.
As doações teriam ocorrido entre os dias 1º de janeiro e 4 de julho deste ano. Bolsonaro foi julgado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral em junho. De acordo com os jornais Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo, as transferências totalizariam R$ 17,1 milhões.
As doações seriam de pequeno valor individual e teriam sido feitas majoritariamente por apoiadores do ex-presidente. Foram 769 mil transações ao longo do primeiro semestre e corresponde quase à totalidade das penalidades aplicadas pela Justiça, de R$ 18,4 milhões.
Em uma declaração no dia 26 de junho, Bolsonaro disse que já havia recebido doações suficientes para pagar suas condenações processuais. Ele prometeu, na época, revelar os valores doados.“A massa contribuiu com valores entre R$ 2 e R$ 22, foi voluntário”, disse.
Os dados foram apurados pelo Coaf e teriam sido colocados à disposição de membros da CPMI dos atos de 8 de janeiro por meio de requerimento.
Ainda não está claro como o vazamento aconteceu, mas a defesa de Bolsonaro afirmou suspeitar que os dados tenham vindo a público após serem levados para a chamada sala-cofre um depósito montado no Congresso para reunir documentos requeridos pela CPMI. No momento as sessões da comissão não estão ocorrendo por causa do recesso parlamentar, mas dados requisitados pelos congressistas continuam sendo levados para o local.
“São inadmissíveis os vazamentos de quebras de sigilos financeiros de investigados no inquérito de 8/1 e ou de qualquer outra investigação sigilosa. Faz-se necessário identificar quem está entrando na tal sala cofre para que as medidas judiciais sejam tomadas. Quem vazou será criminalizado”, afirmou.
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