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Eli, Twitter Files
Eli Vieira contou ao programa Assunto Capital que Twitter Files nos EUA estimulou a investigar o que acontecia no Brasil| Foto: Gazeta do Povo

Um dos responsáveis por investigar o caso Twitter Files Brasil, o jornalista Eli Vieira, da equipe da Gazeta do Povo, contou no programa Assunto Capital como o empresário Elon Musk, dono do “X” (ex-Twitter), forneceu a documentação que mostra as tentativas de censura por parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do Ministério Público e de alguns parlamentares contra perfis que desagradaram as diretrizes do ministro Alexandre de Moraes.

O caso envolvendo a plataforma no Brasil foi revelado por jornalistas estrangeiros, entre eles o americano Michael Shellenberger, na última quarta-feira (3). Musk entregou a eles diversos e-mails trocados entre os antigos diretores jurídicos da companhia e dados internos mostrando exigências da Justiça brasileira feitas ao “X” para a liberação de dados de pessoas e bloqueio de perfis.

“Meu primeiro contato com Shellenberger foi quando ele chamou colaboradores preocupados com o que ele chama de ‘Complexo Industrial da Censura’. O termo foi criado no Twitter Files dos Estados Unidos, que revelaram, por exemplo, que agentes do FBI que solicitaram censura nas redes sociais”, disse Eli Vieira.

Ele acrescentou: “Nesse contexto, quando o Shellenberger pediu, eu mandei um e-mail em 3 de maio de 2023, falando: Eu sou um jornalista preocupado com a ascensão da censura e estou aqui para colaborar. Fizemos o contato e publicamos diversos textos pela Gazeta do Povo.”

Vieira também disse que o Twitter Files nos Estados Unidos (documentos que revelaram apoio de funcionários da rede social ao Partido Democrata) o estimulou a chamar o jornalista investigativo David Ágape e participar da apuração conduzida por Shellenberger. Em 2022, Musk publicou prints de funcionários da companhia relatando estarem decepcionados por, após a compra da empresa, não poderem mais censurar perfis ou conceder o selo de certificação de perfil a amigos.

“Eu coloquei o David Ágape em contato com o Shellenberger porque ele é muito competente na parte de investigação e já colaboramos antes [...] Sempre tivemos uma pulga atrás da orelha. A iniciativa foi do David Ágape. Vimos as capturas de tela, na época em que Elon Musk comprou o Twitter, pensamos: vamos olhar, deve ter coisa do Brasil”, disse Vieira.

O jornalista relata que está com os documentos desde o início de março e que a publicação feita na Gazeta do Povo busca dar mais contexto ao que é revelado inicialmente no “X”.

“Há um acordo entre o Shellenberger e o Musk para publicar primeiro no “X”. Foi uma condição que ele (Musk) colocou para que saísse sincronizado na Gazeta do Povo. Na verdade, sai um dia depois, mas por seriedade da Gazeta para que a gente tenha mais tempo, no contexto brasileiro, para acrescentar contrapontos”, afirmou Eli Vieira.

Vieira também revelou que sofreu ataques pessoais de partidários da censura nas redes sociais e até de jornalistas que tentaram injustamente atacar sua competência e sua honra. Veja a entrevista completa aqui.

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