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Lava Jato

Justiça encerra processos contra José Dirceu por prescrição e suspeição de Moro

José Dirceu
José Dirceu teve processos encerrados no âmbito das investigações da Operação Lava Jato. (Foto: Joedson Alves/EFE)

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A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) encerrou nesta terça-feira (17) o julgamento de três processos contra o ex-ministro José Dirceu relacionados à Operação Lava Jato. Em dois deles a Corte reconheceu a prescrição das ações, e na terceira seguiu a anulação de decisões do ex-juiz Sergio Moro, atual senador pelo União-PR.

A decisão ocorre após o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), anular as condenações de Dirceu em outubro, devolvendo aos tribunais inferiores a responsabilidade de decidir sobre a continuidade dos casos.

Nos dois processos encerrados por prescrição, ou seja, pelo fim do prazo legal para a aplicação de punições, Dirceu havia sido condenado por corrupção e lavagem de dinheiro. A Justiça Eleitoral agora analisará a situação dos demais réus envolvidos.

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No terceiro processo, no qual Dirceu já foi absolvido em primeira instância, os atos de Moro foram anulados após ser considerado suspeito em julgamentos anteriores do STF, o que influenciou a decisão.

A ministra Daniela Teixeira, relatora dos casos na Quinta Turma do STJ, afirmou que as decisões foram baseadas em entendimentos recentes do STF, especialmente os estabelecidos por Gilmar Mendes e Dias Toffoli.

“É de conhecimento notório que, atualmente, o Supremo Tribunal Federal já se posicionou, de maneira clara, a respeito de número relevante de teses que afetam diretamente o julgamento dos processos desta operação”, afirmou a magistrada.

Ela ressaltou que a análise priorizou os casos envolvendo envio à Justiça Eleitoral e suspeições sobre autoridades que conduziram os processos – ou seja, a Sergio Moro.

A Quinta Turma do STJ, composta pelos ministros Daniela Teixeira, Reynaldo Soares da Fonseca, Ribeiro Dantas, Joel Ilan Paciornik e Messod Azulay Neto, é responsável por julgar casos da área criminal.

Cabral segue sem tornozeleira

Além de Dirceu, a turma do STJ também analisou outros casos relativos à Lava Jato, entre elas a manutenção da revogação do uso de tornozeleira eletrônica pelo ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, principal alvo da operação no estado.

Por outro lado, um pedido da defesa do ex-ministro Antonio Palocci para desbloquear R$ 35 milhões em bens foi negado.

A sessão desta terça (17) inicialmente previa o julgamento de 16 processos relacionados à Lava Jato, mas outro foi adicionado e totalizou 17. Em alguns casos, houve pedidos de vista, adiando a conclusão.

José Dirceu foi condenado por Sergio Moro em 2016 e 2017 a 34 anos de prisão, mas teve as penas anuladas por Gilmar Mendes. A decisão também devolveu os direitos políticos ao ex-ministro, já que deixou de ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) recorreu da anulação e o caso será analisado pela Segunda Turma do STF.

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