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Por faltas

Líder do PT tenta mudar regras para cassar mais rápido mandato de Eduardo Bolsonaro

Lindbergh Farias tenta mudar regras da Câmara dos Deputados para acelerar cassação de Eduardo Bolsonaro por faltas. (Foto: Lula Marques / Agência Brasil)

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O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), tenta mudar a regra da contagem de faltas para acelerar a cassação do colega Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Segundo o regimento atual da casa, o controle é feito a cada mês de março. Lindbergh tenta tornar o controle permanente.

O Ato da Mesa nº 191, em vigor de junho de 2017, estabelece que a Secretaria-Geral da Mesa deve elaborar um relatório anual de acompanhamento da frequência parlamentar às sessões deliberativas ordinárias e extraordinárias e encaminhá-lo à Presidência da Casa até o dia 5 de março do ano seguinte.

Pelas regras atuais, Eduardo estaria com o mandato garantido pelo critério de assiduidade até pelo menos o mês de março de 2026. Pelos cálculos da bancada do PT, Eduardo já teria acumulado um percentual de 70% de faltas, muito acima do limite de um terço, que estabelece a perda do mandato.

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O projeto de Lindbergh pede que a Secretaria-Geral da Mesa realize relatórios permanentes, com periodicidade mensal, que seriam entregues à Presidência da Casa Legislativa de maneira consolidada até o dia 5 de dezembro de cada ano.

Para Lindbergh, a determinação cria "uma tolerância inconstitucional, permitindo que casos de inassiduidade consumada fiquem sem apuração por vários meses, mesmo após configurada a violação” à Constituição Federal, que tem previsão da perda do mandato do parlamentar que deixar de comparecer, sem justificativa, a mais de um terço das sessões anuais ordinárias.

"A Constituição é clara: assiduidade é dever e sua violação acarreta perda de mandato. Não cabe à Câmara flexibilizar isso. Nosso projeto garante que o Parlamento seja exemplo de respeito às regras, fortalecimento institucional e compromisso com o serviço público", escreveu Lindbergh no texto.

Mandato remoto

No início de outubro, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou que Eduardo não poderia continuar exercendo o mandato nos Estados Unidos, onde está desde março.

Desde que a licença de Eduardo venceu, há quatro meses, Motta vem frisando que o regimento da Câmara não permite a atuação remota, e que não poderia abrir uma exceção ao parlamentar.

Motta respondeu que defende que a ida de Eduardo aos EUA é "incompatível com o exercício parlamentar", não havendo previsão regimental para mandato à distância. O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, o considera um "refugiado político" e montou uma operação para tentar salvar os direitos políticos dele.

A sigla do deputado chegou a apresentar uma proposta para mudar o regimento interno da Câmara e tentar ampliar o afastamento por mais quatro meses, mas não houve deliberação do pedido por parte da Mesa Diretora.

Eduardo denunciado no STF

Nesta sexta-feira (14), Alexandre de Moraes e também Flávio Dino votaram para aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o deputado por supostamente coagir a Justiça brasileira no processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que apurava uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

O julgamento do recebimento da denúncia ocorre no plenário virtual da Primeira Turma do STF e vai até o dia 25. Nesta modalidade, os ministros apenas depositam seus votos sem discussão. Caso formem maioria, Eduardo Bolsonaro se torna réu do processo. Do contrário, o caso é arquivado.

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