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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou a live semanal desta terça (5) para fazer ataques à sociedade brasileira e questionar a transparência da Justiça nas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Utilizando a estrutura oficial do governo e canais para a transmissão de eventos públicos, o petista atacou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os militares, empresários e ainda defendeu que votos dos ministros da Corte deveriam ser sigilosos.
Na live, que teve picos de 3,6 mil pessoas assistindo, Lula chamou o ex-presidente de “genocida” – sem citá-lo nominalmente, apenas como “coisa” – acusando-o sem provas e nem argumentos como responsável por mortes provocadas pela Covid-19 -- e sem citar a compra de milhares de doses de vacinas, respiradores e equipamentos médicos.
“O ‘coisa’, que eu sempre falo, que ele vai ser julgado ainda como genocida porque não é brincadeira ter morrido 700 mil pessoas aqui, uma grande parte por falta de cuidado e de orientação do governo, por falta de respeito com a medicina e a ciência”, atacou (veja trecho na íntegra).
Lula disse que quer que o ex-presidente tenha garantida a presunção de inocência em todos os processos, mas que “não dá pra deixar esse cidadão passar sem ter uma investigação correta porque morreram tanta gente, porque tanto descaso”.
O petista, no entanto, foi além e disse que há “outras coisas que estão aparecendo por aí”, fazendo uma correlação entre Bolsonaro ter viajado aos Estados Unidos no final do ano passado e os atos de 8 de janeiro.
De acordo com ele, o ex-presidente “não teve coragem” de passar a faixa presidencial, e que teria se escondido “prevendo” dar um golpe.
“Na verdade, ele quis dar um golpe da forma mais mesquinha possível. Disputou uma eleição [de 2018], ganhou uma eleição e depois, com medo de perder, disse que a eleição não era correta, que tinha falha não sei das quanta (sic)”, afirmou (veja trecho na íntegra).
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Lula diz que “ricos” gostam de dever
Eu outro momento de ataques ao longo da live desta semana, Lula afirmou que as pessoas de alta renda no Brasil – os “ricos”, como ele disse – gostam de dever e arrumar diferentes caminhos para deixarem de pagar impostos.
A declaração foi dada no momento em que comentou a viagem que fez ao Ceará, na semana passada, para participar de um evento do BNB sobre a concessão de linhas de microcrédito e a baixa inadimplência dos devedores. Ele atacou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante a cerimônia.
“Significa que as pessoas pobres que trabalham [...] ele paga. Quem gosta de dever são os ‘grandão’ que vive devendo de um banco para o outro, enrolando o governo, é por isso que tem quase R$ 1,7 trilhão dos ricos pra pagar pro governo”, disse Lula (veja trecho na íntegra).
O presidente citou, na sequência, a volta do “voto de qualidade” ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), aprovado pelo Senado na semana passada, que dá ao governo o ganho de causa em empates de litígios tributários, dizendo que antes o Estado “quebrava a cara”. “O Estado tem que ser o desempatador disso, deu empate o dinheiro fica para o governo”, completou.
Militares sob ataque de Lula
Ainda durante a live, quando comentava sobre as comemorações do 7 de Setembro deste ano, na próxima quinta-feira, Lula afirmou que a comemoração foi apoderada pelos militares por conta do regime vivido entre os anos de 1964 e 1985.
“O que aconteceu no Brasil é que, como tivemos durante 23 anos um regime autoritário, a verdade é que os militares se apoderaram do 7 de Setembro. Deixou de ser uma coisa da sociedade como um todo”, disse (veja trecho na íntegra).
De acordo com Lula, a comemoração neste ano será diferente e terá a participação das Forças Armadas junto da sociedade civil brasileira, e não espera acontecimentos como os registrados no 8 de janeiro. No começo de agosto, o governo informou que o plano de segurança para as comemorações será reforçado e terá um esquema semelhante ao adotado para a posse do presidente em janeiro.







