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Lula
Última live “Conversa com o Presidente” teve ataques ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e balanço do ano.| Foto: Ricardo Stuckert/Secom

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou os ataques ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na última live “Conversa com o Presidente” do ano, transmitida na manhã desta terça (5) direto de Berlim, na Alemanha. O programa fez uma espécie de balanço da viagem dele ao Oriente Médio e ao país europeu, e teve a participação de ministros e integrantes do governo que o acompanharam na comitiva.

Além de fazer um balanço das reuniões e acordos assinados, os ministros também foram sabatinados por Lula para explicarem como foi o desempenho das pastas ao longo de 2023 e apresentarem uma perspectiva para 2024. A transmissão teve picos de mais de 3,8 mil pessoas assistindo e foi a última do ano, segundo o presidente, afirmando que o modelo será remodelado.

Os ataques ao ex-presidente Bolsonaro e a outros alvos, como empresários do agronegócio, ocorreram em vários momentos da live enquanto questionava os ministros. Em um dos mais incisivos, Lula diz seu governo está “no fundo, no fundo, desmontando as mentiras da indústria da fake news” supostamente atribuídas ao governo anterior.

“Eu acho que a ultradireita, os direitistas que estão ouvindo esse programa aqui, devem estar se beliscando de ódio [de] como é que a gente consegue fazer as coisas com tanta simplicidade, com tanta humildade, e a gente colher o fruto dos investimentos e eles não conseguiram fazer isso, porque eles só pensavam em mentir e não em governar”, disparou Lula (veja trecho).

A fala foi precedida do questionamento feito por Lula à ministra Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovações), que disse que o governo anterior havia contingenciado recursos para a pasta. Pouco depois, em outro ataque ao ex-presidente, o petista falou da desconfiança que “um cidadão” tinha sobre a “transparência” dos empréstimos feitos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a empreiteiras brasileiras envolvidas em escândalos de corrupção descobertos pela Operação Lava Jato em obras no Brasil e no exterior, como Cuba, Panamá, Equador e El Salvador.

Lula comentava sobre uma declaração dada a ele pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, que destacou a capitalização do banco e a retomada de vultuosos empréstimos, o índice de inadimplência dos tomadores de financiamento – de 0,01%, de “padrão internacional de excelência” – e que pareceres do Tribunal de Contas da União (TCU), da Controladoria-Geral da União (CGU) e de tribunais regionais atestaram que o banco é a “instituição mais transparente do setor público”.

“Há pouco tempo atrás, um cidadão que governava o nosso país passou quatro anos levantando suspeita contra o BNDES. Disse que abriu caixa preta. Na verdade, ele abriu e encontrou a cara dele, da mentira, de alguém que não diz a verdade nunca, de alguém que acha que pode mentir o tempo inteiro, e ninguém consegue mentir o tempo inteiro”, emendou Lula à fala de Mercadante, que completou dizendo que o banco é “um aquário com dinheiro, que é isso que os empresários querem” (veja trecho).

Os ataques continuaram logo na sequência, com o ministro Luiz Marinho (Trabalho e Emprego) disparando que o ministério foi “desconstruído no governo anterior” e que Bolsonaro deixou um orçamento de apenas R$ 20 milhões para despesas pendentes. Ele afirmou que Lula encaminhou R$ 220 milhões para este ano para a criação de políticas públicas, perfazendo um total de R$ 240 milhões no orçamento do ano.

“Uma devastação geral. Isso aconteceu também em outros ministérios, mas creio que o do Trabalho seja quase que o ícone da destruição que representou o governo anterior”, disse Marinho.

A suposta “destruição” também foi citada pela ministra Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos), que disse que Lula decidiu pela criação do ministério já antes da posse para “reestruturar a capacidade do governo” de implantar políticas públicas. Ela ressaltou a volta da realização de concursos públicos para preencher vagas que ficaram abertas após a aposentadoria de servidores, e que voltou a negociar com os movimentos sindicais dos funcionários públicos após “seis anos sem nenhum diálogo”.

Além dos ataques de Marinho e Esther, o chefe da Secretaria-geral da Presidência, Márcio Macêdo, afirmou que o governo do ex-presidente Bolsonaro havia obstruído “todos os canais de participação do povo” nos últimos quatro anos, em referência aos movimentos sociais que ele diz estar refazendo a interlocução.

Por fim, Lula ampliou os ataques e chamou de “ignorantes” as pessoas que “brigaram nas eleições”, por conta da polarização que tomou conta do país durante a eleição presidencial de 2022. Ele pediu que “parem de brigar, esqueçam a divergência política e vamos ser felizes”. “Não precisa discutir igreja, política e futebol, não coloca na mesa de família”, completou.

Ele ainda ressaltou que vai terminar o mandato no dia 31 de dezembro de 2026, sem mencionar se planeja disputar a reeleição. No entanto, Lula já sinalizou que pretende tentar um quarto mandato, como citou durante uma entrevista coletiva na segunda (4) após uma reunião com o primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz.

Além destes ministros, também participaram Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Carlos Fávaro (Agricultura), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social), além do secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Márcio Elias Rosa, representando o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que é o titular da pasta.

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