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Lula
Crítica de Lula aos países europeus ocorreu durante o último dia de visita ao continente africano.| Foto: Ricardo Stuckert/Secom

No último dia de visita ao continente africano, neste domingo (27), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma crítica aos países europeus se opondo ao que seria um suposto “neocolonialismo”, “protecionismo verde” e corrida por minerais críticos, como lítio, nióbio, cobalto e terras raras, cruciais para a transição energética e industrial.

As declarações foram dadas durante a cúpula da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) em São Tomé e Príncipe, em que Lula também argumentou que a transição digital e ecológica deve beneficiar nações menos desenvolvidas, em uma mensagem direcionada aos países europeus com histórico colonial.

Lula afirmou que é preciso “evitar o neocolonialismo que leva a um novo ciclo de exploração predatória de minerais críticos e outros recursos naturais. A transição ecológica tampouco deve servir de pretexto para novos protecionismos verdes”.

Essas declarações são vistas como uma resposta às negociações comerciais entre os 27 países europeus e os membros do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), que estão em um impasse devido a demandas ambientais feitas pela União Europeia para fechar o acordo entre os dois blocos.

O presidente também destacou a importância de direcionar as políticas públicas para as pessoas, especialmente ao considerar a preservação das florestas e biodiversidade. “Precisamos colocar as pessoas no centro das políticas públicas, criando soluções que remunerem de forma equitativa a preservação das florestas e da biodiversidade. Sem alimentação adequada não há perspectiva de uma vida digna”, disse.

Lula vinculou o avanço das novas tecnologias, como a inteligência artificial, ao aumento do desemprego e à propagação da desinformação, considerando essa tendência uma ameaça à democracia.

“As novas tecnologias são uma conquista extraordinária da inteligência humana, mas com elas o desemprego e a precarização alcançam novos patamares”, emendou. Segundo o presidente, o desemprego, especialmente entre os jovens, é um desafio crucial para as nações africanas, inclusive aquelas consideradas mais desenvolvidas economicamente.

Lula concluiu o discurso afirmando sua intenção de garantir trabalho digno, salários justos e proteção aos trabalhadores através da Iniciativa do Trabalho Decente, que será lançada em setembro em parceria com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

A cúpula da CPLP, focada em sustentabilidade e juventude, reuniu líderes de países de língua portuguesa com o objetivo de fortalecer a cooperação e abordar questões relevantes para o desenvolvimento dessas nações. O grupo reúne, segundo o governo, 300 milhões de consumidores em quatro continentes, com um PIB (Produto Interno Bruto) de US$ 2,3 trilhões.

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