O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retomou a promessa de isentar o pagamento do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, uma promessa de campanha, e que aprovação da medida junto de outras propostas econômicas depende de deputados da Câmara que não necessariamente representam o povo.
As declarações foram dadas durante a live semanal desta terça (29) que teve picos de até três mil pessoas assistindo.
Segundo Lula, metade da isenção prometida durante a campanha eleitoral já avançou com a sanção da lei que corrige a tabela e isenta até R$ 2.640, nesta segunda (28). No mesmo ato, realizado em Brasília, o presidente encaminhou ao Congresso o projeto de lei que tributa os rendimentos de aplicações no exterior, trust ou fundos offshore, que foi excluída do projeto do salário mínimo para ser discutido à parte.
Também foi encaminhada a medida provisória que altera a tributação dos fundos fechados no Brasil, que podem vir a ter uma incidência de 15% de taxação. Lula retomou as críticas de que pessoas ricas devem ser tributadas para reduzir a desigualdade, e disse que a aprovação das medidas depende de deputados que não representam necessariamente o povo.
“Os deputados e senadores eleitos não são representantes, na sua maioria, do povo trabalhador. Eles são de setores que vieram da classe média, de profissionais liberais, muitos são fazendeiros mas não se declaram, se declaram contador, advogado, médico, são pessoas que pertencem a uma classe média alta”, disse.
Ele emendou afirmando que “quando chega um projeto pra votar, muitas vezes, eles não votam a favor dos interesses da maioria do povo. Ele vota a favor dos interesses daquela sociedade que ele vive no meio, o que é até compreensível”.
“Quando chega na época da eleição, o povo tem que saber e votar em gente que tenha afinidade com aquilo que ele pensa, quer e acredita. Se a gente vota de forma estabanada em qualquer um, quem planta vento, colhe tempestade, esse é o resultado negativo”, completou Lula.
Lula afirmou que os alvos das novas medidas são, principalmente, pessoas que vivem de lucros e rendimentos que não são tributadas, e que espera que o Congresso vote “de forma madura”.
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