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Lula e Janja
Última live “Conversa com o Presidente” do ano teve a participação da primeira-dama e balanço do governo Lula 3.| Foto: reprodução/Canal Gov

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez nesta terça (19) a última live semanal do ano “Conversa com o Presidente”, que contou com a presença da primeira-dama Rosângela Lula da Silva, conhecida como Janja, para fazer um balanço de como foi o primeiro ano do novo governo.

A transmissão, que teve picos de 3,8 mil pessoas assistindo, tratou de assuntos mais amenos, como a convivência e os hábitos do casal no Palácio da Alvorada, mas também de temas sempre presentes nas lives, como ataques ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PT) e desempenho do governo Lula 3.

Lula e Janja ainda reforçaram a intenção de regular as redes sociais – principalmente após o ataque hacker que ela sofreu há uma semana no X – e a contestação de dados sobre a previsão de crescimento da economia brasileira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE), considerado o “clube dos ricos”.

Entre os ataques rotineiros ao ex-presidente e repetidos nesta live, Lula voltou a dizer que assumiu a presidência do país herdando um “Brasil destroçado” por uma “pessoa negacionista”. As afirmações foram dadas após o petista fazer um breve balanço dos "avanços" que promoveu neste ano, como crescimento da economia, redução da inflação e do desemprego, o “respeito” do país pelo mundo, entre outros.

“Tudo isso é uma coisa muito prazerosa pra quem herdou o Brasil que eu herdei, destroçado, vindo de uma pessoa negacionista que não acreditava em nada e que não fazia nada de bom”, disse (veja trecho).

Em outro momento, Lula afirmou que o casal Bolsonaro e Michelle “não cuidou dessa casa”, em referência à suposta deterioração do Palácio da Alvorada que afirmou ter encontrado no começo do ano. Na época, Janja disse que ele ficou “um tanto decepcionado” com avarias na estrutura e em móveis, tanto que ordenou uma reforma na residência oficial que durou até o começo de fevereiro, quando finalmente se mudou para lá.

“Fiquei naquele hotel até fevereiro, porque o inquilino que ficou aqui não cuidou disso aqui. Se a casa que ele mora for cuidada como foi cuidado isso aqui, vem vá”, disparou Lula (veja trecho).

A referência à situação encontrada no Palácio da Alvorada ocorreu enquanto comentava sobre a cirurgia que fez no fêmur em setembro, e que foi sendo constantemente adiada desde antes da disputa eleitoral do ano passado. Lula afirmou que cogitou se internar antes da posse, mas desistiu da ideia pois precisava iniciar o governo e fazer as viagens internacionais necessárias.

Janja afirmou que acredita que o “estrago” no fêmur foi causado por conta da rotina de exercícios que ele tinha durante o período em que ficou preso na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba. “Nos 580 dias [em que ficou preso], ele corria quatro horas por dia, acho que isso que estragou esse fêmur”, disse.

Regulação das redes sociais

Lula voltou a defender a necessidade de se regular “a internet” e as plataformas de redes sociais por conta da invasão que a conta de Janja na rede X sofreu na semana passada, e que ficou congelada até a noite de domingo (17). Ela postou um “textão” dizendo que pensou bem se deveria voltar a publicar, mas decidiu que sim para “continuar lutando para que todas as mulheres possam viver suas vidas livres de violência”.

“Fico muito puto da vida, puto de verdade (ressaltou o xingamento), com as pessoas que atacam ela pela internet, porque eu nunca falei da mulher de um presidente, deputado, vereador. É uma canalhice a pessoa que faz isso”, disparou Lula seguido de mais críticas à forma como pessoas têm atacado Janja nas redes sociais, classificando-os como “muito desagradáveis” que “baixaram muito o nível” e “virando desumanos” (veja trecho).

Ao que foi emendado por Janja dizendo não entender porque as pessoas reagem contra a necessidade de se “regular redes sociais e internet”, sendo que a própria convivência em sociedade é regida por regras. A fala foi defendida por Lula que ressaltou, ainda, que a própria mídia – rádio e TV – já passa por uma regulação.

Janja afirmou, ainda, que a monetização das redes sociais também precisa ser regulada e que vai processar o bilionário Elon Musk, dono do X, pela demora de cerca de uma hora e meia para congelar a conta dela na plataforma após a invasão. “Ficou mais milionário com aquele ataque”, disse a primeira-dama.

“Nós vamos ter que fazer uma regulação séria, e não só para um país. É uma regulação para o mundo. A União Europeia já fez uma regulação, a gente vai ter que olhar bem o que foi feito, vamos ver o que está acontecendo na China, nos Estados Unidos”, afirmou o presidente.

Eles ainda afirmaram que o adolescente que confessou a autoria do ataque à conta de Janja deve ter um adulto por trás incitando, e que, muitas vezes, os pais nem sabem o que os filhos estão consumindo na internet – o que justificaria uma regulação e punição das plataformas pelos conteúdos publicados.

Ataque à OCDE

Em outro momento, já próximo ao encerramento da live, durante as “considerações finais”, Lula disse que ficou irritado com as manchetes dos jornais sobre um relatório da OCDE publicado na segunda (18) que aponta a necessidade de “um pacote mais ambicioso de reformas estruturais” do que apenas o novo arcabouço fiscal e a tributária, e que vê a dívida pública brasileira em alta, podendo chegar a 90% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2047 – atualmente é de 74,7%.

“Eu quero até aproveitar essa gravação aqui para dizer ao pessoal da OCDE que, quando chegar no final do ano que vem, eu vou convidar vocês para tomar um café para provar que vocês erraram com a previsão que vocês têm do Brasil. [...] Como é que vocês dão palpite se vocês não sabem”, questionou (veja trecho).

Lula voltou a afirmar, como em outras lives, que recebeu de uma executiva do FMI em janeiro deste ano, em Hiroshima (Japão), a previsão de que o PIB brasileiro iria crescer apenas 0,8%, e que ela “estaria enganada”. Ele diz que ressaltou a ela, durante a visita à Índia em setembro, que ela errou a estimativa.

O mais recente Relatório Focus do Banco Central, divulgado nesta segunda (18), aponta que o mercado prevê um crescimento de 2,91% do PIB neste ano, enquanto que o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, trabalha com uma previsão de 3%.

Lula atacou a OCDE no momento em que o próprio governo anunciou a recriação do Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) para retomar os estudos para o Brasil entrar na organização, algo que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha como meta e que foi deixado de lado no início do novo mandato do petista.

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