A Polícia Federal decidiu permitir que outros jornalistas acompanhem a entrevista "exclusiva" que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai conceder, nesta sexta-feira (26), a dois veículos de imprensa com autorização da Justiça. A defesa do ex-presidente recorreu no STF contra a determinação da PF (veja o que o Supremo decidiu aqui).
Os jornalistas Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, e Florestan Fernandes, do El País, foram autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na última quinta-feira (18), a entrevistar o petista na prisão, na Superintendência da PF, em Curitiba.
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Em nota oficial, a assessoria de Lula protestou publicamente contra a decisão o superintendente regional da PF do Paraná, o delegado federal Luciano Flores de Lima, por quebrar a exclusividade dos jornais citados sem a anuência do entrevistado.
De acordo com a assessoria, a PF quer montar uma plateia de jornalistas convidados pela instituição para assistir a entrevista, sem direito a fazer perguntas.
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"A decisão desrespeita o Supremo Tribunal Federal, que deu ao ex-presidente Lula o direito de conceder entrevistas (...), e o trabalho dos jornalistas e dos veículos de comunicação que há oito meses obtiveram autorização para entrevista na época das eleições, ou seja, o El País e a Folha de S. Paulo, entrevistas que ficaram suspensas por oito meses devido a uma decisão liminar cassada na semana passada", diz o comunicado.
A jornalista Tabata Viapiana, da rádio CBN, divulgou no Twitter a determinação do superintendente da PF sobre a entrevista:
A PF abriu credenciamento a outros veículos de imprensa que desejem assistir à conversa com o petista, mas a sala não comportaria muitas pessoas. A assessoria da PF não deixou claro se todos que solicitarem o credenciamento poderão entrar na sala.
É a primeira vez que o ex-presidente concederá entrevistas desde que foi preso, em abril de 2018. Ele cumpre pena de 8 anos e 10 meses em regime fechado, conforme decisão desta terça-feira (23) do Superior Tribunal de Justiça (STJ), pelo crime de corrupção no caso do tríplex do Guarujá.
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